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USP | Chamado ao DCE da USP: Construir uma forte greve da educação!

Para barrar os cortes na educação e a repressão, que atingem secundaristas, universitários e servidores públicos, é preciso que coloquemos de pé uma forte greve na educação, unificada entre universidades e secundaristas, contra os ataques dos governos e articulada pelo comando de greve estadual.

terça-feira 17 de maio de 2016 | Edição do dia

Nesta segunda-feira (16) os estudantes universitários deram uma importante demonstração de força em frente à reunião do CRUESP (Conselho de Reitores das Universidades Paulistas) que discutiria o reajuste salarial dos servidores. Porém, mesmo com cerca de mil estudantes protestando contra os cortes na educação e a precarização das universidades, as reitorias declararam guerra contra os estudantes e trabalhadores ao oferecerem reajuste de 3% no salário, enquanto a inflação está na casa dos 9%. Este arrocho salarial se soma às perdas históricas de salários que os servidores das universidades acumulam e visa avançar com o processo de desmonte da educação pública no estado de São Paulo.

Trata-se na verdade de uma não-proposta, já que parece piada uma porcentagem como essa frente ao nível da inflação no país, além de nem mesmo ter sido apresentada na presença do reitor e nem do vice-reitor da USP, que enviaram o pró-reitor de graduação de última hora para negociar com o Fórum das Seis. Isso coloca na ordem do dia a necessidade de fortalecer a greve na educação paulista, inclusive porque o Cruesp nem mesmo discutiu outras pautas, como as cotas, a permanência, as contratações e o acesso.

Por isso os estudantes em protesto no Cruesp foram de suma importância para o fortalecimento da mobilização, especialmente a grande delegação da Unicamp. Infelizmente a atual gestão do DCE da USP não enviou sequer todos os seus diretores, numa gestão com dezenas de membros, e muito menos construíram o ato nas bases dos cursos. É lamentável que, desde a votação de greve na última Quinta, o DCE não tenha colocado todas suas forças à serviço da greve, buscando assim de todas as formas adiar a mobilização, inclusive ao não convocar até agora o Trancaço do P1, às seis da manhã na quarta-feira (18), proposta aprovada em assembléia geral.

É absurda a postura da principal entidade representativa dos estudantes da USP de se abster em travar as lutas da educação, numa conjuntura em que a Unicamp está com a reitoria ocupada, as Unesps com diversas paralisações, e os secundaristas em profunda luta contra os cortes dos governos, inclusive resistindo à repressão policial. Essa postura abstencionista nada tem a ver com aquela entidade estudantil que enfrentou a ditadura militar e influenciou na política nacional trinta anos atrás.

Por isso, chamamos o DCE da USP para que revejam suas posições, como as votações contrárias à greve em diversos cursos, inclusive contrários à ocupação da Letras, para que a partir de agora construam a greve nos cursos e cerquem de solidariedade a ocupação da Letras e as demais que surgirem. Assim como chamamos a que abram mão de sua proposta de não pautar as lutas contra os cortes na educação no mote de nossa greve. Essa proposta defendida pelo DCE na última assembléia geral resultou numa pauta de greve que, apesar da fundamental defesa por cotas, permanência e contração, acabou não avançando para as pautas que nos ligam às outras lutas da educação paulista, das outras universidades e dos secundaristas, que seriam votarmos travar uma profunda luta contra todos os cortes dos governos na educação.

A juventude Faísca vem defendendo na USP que foram os secundaristas que nos mostraram o caminho para derrotar o governo estadual, por isso é urgente nossa unificação contra os cortes da educação, assim como se inspirou o curso da Letras no método de ocupação vindo dos secundas. Defendemos também a urgente necessidade de um comando de greve estadual, que unifique os estudantes em luta por todo o estado, articulando USP, Unesp, Unicamp e secundaristas, além de outras universidades, para que possamos golpear o governo e barrar os ataques, tirando deste comando ações concretas em unidade, como grandes atos, aulas públicas, rodas de conversa, sarais, festivais e etc.

Chamamos o DCE para que construa a greve da educação, contra os cortes de todos os governos, pois sabemos que apesar do governo estadual ser nosso inimigo direto, é especialmente do governo federal que vêem os cortes, e agora, diante de um governo que emerge legalizando o ilegal, este não terá nenhum pudor em utilizar todas as forças repressivas das policias e do judiciário para combater a luta da juventude, como estão fazendo contra os secundaristas, através das reintegrações ilegais, e ainda mais com o carniceiro profissional de Alckmin, Alexandre de Morais, legalizando tudo isso no ministério da Justiça.

Vamos construir uma greve geral da educação contra os cortes do governo golpista de Temer e de todos os governos estaduais, unificando nossa greve com os secundaristas e demais universidades, e articulando nossa luta através do comando estadual de greve com delegados eleitos nas bases, como fizeram os secundaristas em suas ocupações do ano passado!


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