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8 DE MARÇO | Centros Acadêmicos se colocam na luta das mulheres nesse 8 de março

Depoimentos de coordenadoras dos Centros Acadêmicos que o Pão e Rosas e a Juventude às Ruas coordenam junto a independentes, sobre a luta das mulheres por suas demandas e a necessidade das estudantes se somarem à essa luta nesse 8 de março.

quinta-feira 25 de fevereiro de 2016 | 01:00

“Esse ano, logo na recepção dos calouros, já começou com luta. Enquanto recebíamos os ingressantes no curso de Letras, as trabalhadoras terceirizadas da Higilimp lutavam pelo pagamento de seus salários atrasados. É sempre assim com a terceirização, é quase um trabalho semi-escravo, não basta as péssimas condições, insegurança, insalubridade, salários baixíssimos e nenhuma garantia de estabilidade, mesmo prestando serviço para gigantes como a USP e o Metrô de São Paulo, a empresa pode simplesmente parar de pagar os salários, declarar falência e deixar as trabalhadoras e trabalhadores na mão, desempregadas e sem receber seus salários, a garantia do sustento de suas famílias, há meses. Levamos os novos estudantes da Letras-USP para somar força e nos solidarizar à essas trabalhadoras, exigir junto à elas o pagamento imediato dos salários atrasados. Se a empresa se nega, a USP é responsável e deve efetuar o pagamento! Essa situação é mais uma mostra de que a terceirização escraviza e humilha as trabalhadoras, e foi nos últimos 13 anos de governos PT que ela ganhou mais força e aumentou em 4 vezes. Nesse 8 de março, nos somemos à essas trabalhadoras para lutar contra as demissões, os ajustes do governo, a terceirização, pela efetivação de todas trabalhadoras terceirizadas sem necessidade de concurso público nos cargos públicos, como na USP, e também pelo direito ao aborto, demanda histórica das mulheres e que sabemos que sua clandestinidade mata milhares todos os anos, sendo em sua maioria trabalhadoras negras e precárias. Convidamos todos a participarem da mesa de debate que estamos organizando desde o CAELL sobre o direito ao aborto!” Jéssica Antunes, coordenadora do CAELL-USP (Centro Acadêmico de Letras da USP)

“No último período temos visto a pauta das mulheres ganhar cada vez mais voz e também as ruas, com grandes atos no fim do ano passado contra os ataques de Cunha e do governo e também pelo direito ao aborto. Vimos as mulheres serem linha de frente na contagiante luta dos secundaristas, reivindicando seu direito à educação, se colocando fortemente como sujeitos das decisões que dizem respeito às suas vidas e seu futuro. É esse espírito da juventude secundarista que devemos ter nesse 8 de março, nos organizando em nossos locais de trabalho e estudo para enfrentar os governos e lutar por nossas demandas. Desde a Pedagogia da USP, onde estamos à frente no CAPPF, queremos organizar os estudantes – a maioria mulheres – para questionar nosso papel na luta por nossas demandas e por educação. Sabemos que a educação foi uma das pastas mais afetadas pelos cortes do governo Dilma e não podemos nos calar frente isso, nem ignorar o fato de que as mulheres são as mais afetadas pelos ajustes, assim como pelas demissões e aumento da terceirização. E agora, frente ao cenário de crise da saúde, zika vírus e os cada vez mais crescentes casos de microcefalia, em nosso papel enquanto futuras educadoras fica mais urgente nos posicionarmos também pelo direito ao aborto, legal, livre, seguro e gratuito. Direito esse que não apenas Eduardo Cunha quer nos negar, mas que já é negado há anos pelo governo PT, que se alia aos conservadores e às Igrejas para seguir nos oprimindo. Que as mulheres possam decidir pelos seus corpos, pelo seu futuro. Chamamos todos a participarem da Semana que Gênero e Educação que organizaremos em breve!” Odete Cristina, coordenadora do CAPPF-USP (Centro Acadêmico de Pedagogia da USP)

“Desde o CACH, que coordenamos desde 2014, e agora somos parte da gestão proporcional, sempre levantamos como fundamental a luta pelas demandas das mulheres. A luta das mulheres vem ganhando força e na universidade o cenário não é diferente. O direito ao aborto é uma demanda histórica das mulheres que no Brasil, assim como em muitos países da América Latina e do mundo, nos é negada. Milhares de mulheres morrem anualmente em abortos clandestinos, e é papel central das entidades estudantis defenderem a legalização desse direito, gerando debates e mobilizações e coloquem isso na pauta do dia das estudantes. Nossa atual chapa, “Sobre Jandiras e Simones”, faz homenagem à Jandira justamente por enxergarmos essa luta como fundamental na luta diária contra as opressões que sofremos dentro e fora da universidade. Além disso, esse ano se iniciou com a entusiasmante ocupação da MABE, e desde a recepção de matrícula dos ingressantes levamos apoio à essa ocupação e arrecadamos alimentos para os operários ocupados. Uma entidade estudantil que quer fazer a diferença na realidade deve estar ligada às lutas mais urgentes da população, contra as demissões e pelos direitos das mulheres, principalmente frente ao escândalo do surto de microcefalia, que coloca novamente a pauta do direito ao aborto como mais urgente ainda. Por isso nesse 8 de março nos ligamos aos lutadores da MABE e também seguimos exigindo o direito das mulheres de decidirem por seus corpos, pela imediata legalização do aborto!” Tatiane Lima, coordenadora do CACH-Unicamp (Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp)




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