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BASTA DE NEGOCIATAS E DISCURSO | Centrais sindicais falam em greve contra Reforma da Previdência, nos organizemos pela base para impor um plano de luta

Os ataques que em curso exigem resistência, mas a burocracia sindical não rompeu suas negociatas e traições e não organizou um verdadeiro dia de luta nesse dia 10/11. Onde chamou ações, se demonstrou que havia disposição em distintos setores. As centrais anunciaram que vão paralisar caso seja dado andamento à reforma da previdência. É urgente que nos organizemos pela base para impor um plano de luta efetivo, começando por uma paralisação nacional ativa e para cercar de solidariedade a luta dos educadores do Rio Grande do Sul, onde a base atropelou a burocracia que queria acabar com a greve.

Felipe GuarnieriDiretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

sábado 11 de novembro de 2017 | Edição do dia

Hoje entra em vigência a reforma trabalhista. É mais um dos vários ataques desse governo golpista que está passando sem resistência. Isso não está se dando por falta de disposição de luta na base, mas principalmente devido a que as grandes centrais sindicais, que são dominadas por uma burocracia sindical, estão controlando a luta, negociando com o governo os ataques e para garantir seus privilégios com a contribuição sindical, ao invés de organizar a resistência.

O dia 10/11 foi mais uma expressão disso. Onde houve alguma iniciativa das direções, convocando paralisações, mesmo que encima da hora, foram organizadas algumas paralisações, ainda que parciais e alguns atos. Foi fundamental a postura de cada trabalhador que participou desse dia de luta, independente do corpo mole das centrais, pois é a nossa cabeça e nosso futuro que está em jogo e sem exercermos muita pressão, mostrando nossa disposição de luta, os burocratas não vão romper com as negociatas e traições.

Um exemplo de superação da burocracia sindical, que é o que permite uma luta séria, vem do Rio Grande do Sul. O CPERS, sindicato que dirige os educadores em greve contra Sartori, quis recuar da greve quando ainda havia condições de avançar, e a base não aceitou, votou pela continuidade da greve e, mais do que nunca, precisa de solidariedade urgente. É preciso que os trabalhadores em todo o país, e a esquerda em especial, cerque de solidariedade essa greve que entra num momento decisivo e são um exemplo do caminho a seguir para barrar os ataques, com resistência e sem ceder ao corpo mole das direções.

As centrais disseram que vão chamar paralisação caso seja encaminhada a reforma da previdência: mãos à obra!

Na Praça da Sé, as centrais fizeram uma votação simbólica de uma paralisação nacional no dia da votação da reforma da previdência na câmara dos deputados, caso seja encaminhada. Depois, publicaram uma nota confirmando. A cada gesto da burocracia de se mover, temos que redobrar as forças da nossa exigência de que levem a frente o que dizem.

Mas não podemos seguir na espera passiva dessa data. Precisamos desde já nos organizar pela base, em cada local de trabalho, e exigir dos sindicatos de base que convoquem organismos de base para organizar uma verdadeira paralisação, que seja parte de um plano de luta. Não devemos esperar que seja encaminhada a reforma para votação para começar a organizar isso. Os ataques que já passaram são motivos de sobra para lutar, e a reforma da previdência está plenamente anunciada, ainda que não esteja claro o que de fato vão querer passar. Além disso, nossos irmãos de luta no Rio Grande do Sul precisam mais que nunca de solidariedade, pois o sindicato está querendo entregar a luta e estão resistindo bravamente.

Chamamos todos os trabalhadores que não agüentam mais ver os ataques passarem sem resistência efetiva, e toda a esquerda, a começar desde já, pela base, uma campanha de solidariedade aos educadores do Rio Grande do Sul e por um plano de luta efetivo nacional, lançando a partir de cada local de trabalho e com as forças de todas as organizações de esquerda, com os parlamentares do PSOL e os sindicatos da Conlutas à frente, unindo forças numa dura exigência às centrais para que organizemos desde já essa paralisação nacional.

Quando paralisamos no dia 28 de abril foi o ápice de mostrarmos a disposição de luta da base e a falta de vontade de derrotar o governo e os capitalistas por parte das direções, ainda que se superamos o bloqueio das direções sindicais podemos ir muito além do que foi aquela greve histórica e de fato barrar os ataques do governo. O que vai definir se os ataques vão seguir ou não é se resgatamos aquele caminho da greve geral, obrigando com a nossa organização a que as grandes centrais se movam. Paralisar se encaminham a reforma da previdência será crucial, mas os ataques são muitos e justificam não esperar nem um segundo mais.
Mãos à obra!




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