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EPIDEMIA DE DENGUE | Casos de dengue aumentam 234,2% em um ano; sete estados têm epidemia

quarta-feira 6 de maio de 2015 | 01:42

Os casos de dengue contabilizados até meados de abril no Brasil aumentaram 234,2% e segundo os índices de incidência da Organização Mundial da Saúde (OMS), sete dos 27 estados sofrem com epidemias, informou nesta segunda-feira o Ministério da Saúde.

O último relatório indicou que até 18 de abril tinham sido contabilizados 745,9 mil casos de dengue, um aumento de 234% em comparação com o mesmo período de 2014, mas 48,6% a menos que no mesmo lapso de 2013, ano no qual o país viveu a situação mais crítica da doença.

Entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano, apontou o Ministério, a incidência média da doença no país foi de 367,8 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, acima do número estipulado para a declaração de epidemia por parte da OMS, que é 300.

Os estados que estão nessa situação são Acre (1.064,8 por cada 100 mil pessoas), Goiás (968,9/100 mil), São Paulo (911,9/100 mil), Mato Grosso do Sul (462,8/100 mil), Tocantins (439,9/100 mil), Rio Grande do Norte (363,6/100 mil) e Paraná (362,8/100 mil).

São Paulo lidera o número de mortes com 169 das 229 registradas até agora, seguido por Goiás com 15 e Paraná e Minas Gerais, com oito cada um.

No total, o número de mortes no Brasil durante o período aumentou 44,9% em relação aos mesmos dias de 2014, enquanto na comparação com 2013 houve uma redução de 39,6% de óbitos.

O número de casos graves no país, com um total de 404, avançou 49,6% na mesma comparação.

Especialistas da área da saúde afirmam que estes números estão subnotificados, ou seja, que existem centenas de milhares de casos que passam longe das já altas estatísticas oficiais. Os principais motivos para isso são a falta de recursos nos postos de saúde, hospitais para realizar os diagnósticos adequados e a opção de muitas pessoas de não procurar atendimento médico devido a péssima qualidade e as longas filas que esperam encontrar.

As autoridades atribuíram parte do aumento dos casos de dengue em São Paulo à crise hídrica que o estado atravessa, o que supostamente levou a muitas pessoas a armazenar água em suas casas, provocando uma proliferação de criadouros de mosquitos. No entanto, sabemos que esse tipo de justificativa apenas tenta minimizar a responsabilidade do governo diante da epidemia que atravessamos.

Segundo Gilson Dantas, professor da UNB e colaborador do Esquerda Diário para o tema da saúde, as verdadeiras explicações para a volta de epidemias de doenças que eram consideradas “controladas”, como dengue ou malária, estão na péssimas condições de habitação e saneamento encontradas nas periferias dos grandes centros urbanos, assim como nos efeitos ambientais provocados pela economia capitalista.

EFE/ED

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