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Justiça por Mari Ferrer | Caso Mari Ferrer: machismo do judiciário ao lado da extrema direita

Ao absolver o empresário André de Camargo Aranha, o judiciário demonstrou todo seu caráter machista, misógino e reacionário, que de mãos dadas com a extrema direita, protege desde sempre a classe dominante e ataca as mulheres, negros, demais setores oprimidos e os trabalhadores.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 8 de outubro de 2021 | Edição do dia

Ontem, 07, o judiciário escancarou toda sua face machista, misógina e reacionária, de mãos dadas com a extrema direita de Bolsonaro, Mourão e Damares Alves, ao absolver o empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado Mariana Ferrer.

O caso de estupro é de 2018, sendo levado à justiça pela vítima, Mari Ferrer, em 2019. Com forte repercussão nas redes sociais, ocorreram também atos no Brasil e na Europa, em meio à pandemia, em 2020, contra o julgamento humilhante ao qual ela foi submetida e contra a ideia absurda de “estupro culposo” e as declarações e resoluções misóginas da Justiça em favor do empresário e sua localização de classe.

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O absolvido, André de Camargo Aranha, é empresário e filho de Luiz Camargo Aranha Neto, advogado de nada menos que a Rede Globo. Não bastasse isso, o advogado de André de Camargo é Cláudio Gastão da Rosa Filho, defensor da fascista Sara Winter e admirador declarado do bolsonarista Olavo de Carvalho, que para defender o estuprador recorreu a informações da vida pessoal de Mari Ferrer, buscando assim “justificar” a ação odiosa e detestável do empresário André de Camargo.

A justiça, diante disso tudo, esteve de mãos dadas com todos os recursos de humilhação à Mari Ferrer utilizados pela defesa do empresário, escancarando como apesar do judiciário inflar discursos demagógicos críticos ao governo federal, sua ideologia e ações, na verdade está de acordo com o machismo da extrema direita, absolvendo estupradores, defendendo a burguesia, culpabilizando as vítimas em casos de violência à mulher.

Não é o primeiro, e enquanto vivermos no capitalismo não será o último caso em que a justiça demonstra seu caráter machista, defende agressores e estupradores, ataca mulheres, negros, LGBTQIA+ e demais setores oprimidos e explorados.

A justiça brasileira, nesse país em que uma mulher é estuprada a cada 8 minutos, é inimiga histórica das mulheres, dos negros e trabalhadores. É a mesma justiça que mantém quase um milhão de presos em condições miseráveis e desumanas de superlotação, em que quase 50% segue sem julgamento e 65% são negros. É a mesma justiça que fecha os olhos pros milhares de negros, muitos jovens e crianças, mortos pela polícia nas favelas.

ED COMENTA | Justiça por Mari Ferrer

Para arrancar justiça a cada mulher violentada, a cada um de nossos mortos pela violência policial e vítimas do racismo estrutural, a cada trabalhador que tem seus direitos cotidianamente arrancados pelos patrões e governos, não podemos confiar no judiciário. Nossa luta não pode ter confiança nenhuma nessa instituição do Estado, precisa ser contra ela! O capitalismo e o patriarcado conformam uma histórica aliança para garantir a máxima extração de lucro, fazendo com que mulheres negras recebam salários 60% menores que homens brancos na mesma função, tomando medidas que inocentam empresários e burgueses, como é o caso de André de Camargo.

Seguiremos lutando por justiça para Mari Ferrer e todas as vítimas da violência machista, e tamém contra o autoritarismo do judiciário que cada dia avança mais contra nossos direitos democráticos, trabalhistas e de vida, que legitima e apoia os ataques de Bolsonaro e Mourão. Isso precisa ser parde de lutar contra o patriarcado e contra todo o sistema capitalista, batalhando por uma saída da classe trabalhadora, das mulheres, negros, indígenas, LGBTQIA+.




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