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ELEIÇÕES 2020 | Carolina Cacau lança pré-candidatura do MRT a vereadora no Rio de Janeiro

A Professora Carolina Cacau anunciou em suas redes que é pré-candidata a vereadora da cidade do Rio de Janeiro.

quinta-feira 20 de agosto de 2020 | Edição do dia

No facebook, a Carolina ressaltou sua trajetória e sua visão da política nacional, bem como alguns pontos que defende.

"Sou Carolina Cacau, sou professora da rede estadual em Nova Iguaçu (RJ) e uma das fundadoras do grupo de negras e negros Quilombo Vermelho - Luta Negra Anticapitalista. Como parte das pré-candidaturas revolucionárias e de trabalhadores que o MRT vem lançando em várias cidades por filiação democrática, anuncio minha pré-candidatura para vereadora pelo PSOL, que nos concedeu sua legenda, diante da anti-democrática lei eleitoral, para que pudéssemos defender nossas próprias posições políticas. Minha candidatura será ao lado dos trabalhadores, das mulheres, negros e negras, LGBT´s e da juventude contra Bolsonaro, os golpistas e para que os capitalistas paguem pela crise!

Desde minha juventude atuei no movimento estudantil. Participei das Jornadas de Junho de 2013 e desde que entrei na UERJ participei de greves, ocupações e atos de rua defendendo a educação pública, as cotas raciais e como parte da gestão do Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS-UERJ) com a Juventude Faísca e estudantes independentes, sempre lutei por uma universidade a serviço da classe trabalhadora e apoiando cada uma de suas lutas.

Fui às ruas com as milhares de mulheres que lutam contra o machismo, a violência sexual, pela legalização do aborto e pelo direito ao nosso corpo. Na UERJ fui parte das que gritaram por Justiça por Marielle, organizando paralisações na universidade e defendendo uma comissão de investigação independente.

Luto contra o racismo, a violência policial, por todos os assassinados pelo ódio da extrema-direita e pela polícia do Rio, a que mais mata no Brasil. Batalho por uma perspectiva anticapitalista e da luta de classes para a luta antirracista com companheiras e companheiros do Quilombo Vermelho. Participei da construção do livro “Lutadoras: mulheres que fizeram história”, onde escrevi sobre a história de luta da Rosa Parks.

Estive apoiando greves e lutas de várias categorias de trabalhadores, como a histórica greve dos garis da COMLURB no carnaval de 2014, contra a precarização e pelo pagamento dos salários ao lado das terceirizadas da UERJ.

Fui parte da greve dos profissionais da educação da rede estadual do RJ em 2016 e estive junto aos cedaeanos lutando contra a privatização da CEDAE. Assim como estive ao lado dos petroleiros na greve deste ano contra o fechamento da FAFEN, a privatização e lutando por uma Petrobrás 100% estatal e controlada pelos trabalhadores. E agora na pandemia estive nas ruas apoiando as paralisações dos entregadores de Aplicativos.

Lutei contra o golpe institucional, sem deixar de dizer que foi o próprio PT que abriu caminho para a direita. Estive presente em todas as marchas contra o governo golpista do Temer e pelo #EleNão contra Bolsonaro. Fui candidata à vereadora pelo PSOL em 2016, junto a trabalhadores e jovens fazendo ecoar uma voz anticapitalista.

No Rio de Janeiro os efeitos da política de Witzel e Crivella são criminosas: já são mais de 194 mil casos e mais 14 mil mortes pela Covid-19. A classe trabalhadora carioca hoje está espremida entre a violência da polícia, a pandemia, o desemprego e a fome, onde as favelas têm os maiores índices de letalidade e os negros e pobres são os que mais morreram na pandemia. Contudo, a Covid-19 só intensificou a crise que se arrastava nos últimos anos no Rio e já atingia em cheio os trabalhadores, em sua maioria negros e os mais pobres. Por isso quero batalhar por uma política que se enfrente com esses políticos que não estão do lado dos trabalhadores e setores oprimidos desta cidade, que não tiveram direito a quarentena enquanto Crivella aprofunda a precarização e ataques a saúde, faz uma reabertura do comércio inconsequente, e Witzel com seus escândalos de corrupção, deixa trabalhadores sem salários e um rastro de sangue com recordes de mortes pelas balas da polícia.

Quero lutar por um Rio de Janeiro para os trabalhadores, aqueles que carregam essa cidade nas costas, para todos negros e nordestinos que vivem em condições indignantes nas favelas, sem emprego digno e sem moradia. Minha candidatura estará a serviço de defender uma reforma urbana radical que passa por um grande plano de obras para resolver os problemas estruturais da cidade: gerar emprego para enfrentar o desemprego, a fome e as moradias precárias. Um plano controlado pelos próprios trabalhadores, aqueles e aquelas que sentem na pele os efeitos desses problemas e sabem como resolvê-los.

O Rio de Janeiro é uma das cidades mais negras do país e por isso sofre, mais profundamente, os efeitos de um país que foi o último das Américas a acabar com a escravidão. Minha candidatura é de luta contra o racismo estrutural que não somente tira a vida de centenas de jovens negros todos os anos, como nos oferece os piores, mais baratos e precários postos de trabalho, nos dividindo entre efetivos e terceirizados, ou trabalhadores de aplicativos. Em cada bairro da cidade queremos lutar pela igualdade salarial entre negros e brancos, não podemos aceitar que as trabalhadoras negras recebam salários 60% menores do que os salários dos homens brancos.

Lutando também contra o desemprego e a precarização para unir a classe trabalhadora enfrentando a extrema direita de Bolsonaro e Mourão e as instituições do golpe institucional como o STF e Congresso Nacional.

Todas essas batalhas em minha opinião não podem ser dadas se aliando com os mesmos que abriram espaço para o golpe institucional, como fez o PT colocando em seu governo todo tipo de atores da direita. Não é de se espantar que hoje o PT esteja apoiando um candidato bolsonarista em Belford Roxo no Rio de Janeiro. É preciso independência de classe para derrotar a extrema-direita. Por isso criticamos a política do PSOL em distintas cidades do país na aliança que tem feito com o PT. Os mesmos que dizem que é preciso eleitoralmente aliar seu programa com a conciliação de classes para enfrentar a extrema-direita são os mesmos que se calam a cada traição das burocracias sindicais dirigidas pelo PT e PCdoB. A unidade que precisamos não é de meia dúzia de políticos, é a unidade da enorme força da classe trabalhadora brasileira para impor para as direções dos sindicatos que parem de trégua e organizem a luta contra todos os ataques para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

O Rio de Janeiro já foi palco de importantes lutas negras contra a escravidão e pela liberdade. De lutas históricas dos trabalhadores. De uma cultura viva e diversa, inúmeras vezes perseguida e criminalizada. Nossa candidatura será uma voz revolucionária para se enfrentar com os empresários e políticos ricos, herdeiros da Casa Grande que exploram nosso trabalho, nos oferecem miséria e mortes. Uma candidatura que lute por um Rio que seja feito e controlado por aqueles e aquelas que fazem a cidade funcionar todos os dias. Chamo vocês a nos apoiarem e construirmos juntos essas ideias nestas eleições."




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