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Transporte RJ | Carolina Cacau: "Passagem de trem a R$7 é um escândalo que o Rio não pode aceitar!"

Carolina Cacau, que é professora na baixada fluminense e fundadora do Quilombo Vermelho no RJ fala sobre a barbárie do transporte publico que promete piorar ainda mais com o anuncio de aumento dos trens: "A Supervia, que oferece um serviço miserável e é uma das empresas mais odiadas do Rio, anuncia um escandaloso aumento da passagem para 7,00 reais, 40% a mais que o preço atual."

quarta-feira 8 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Linhas de Belford Roxo e Santa Cruz Ale Silva/Futura Press/VEJA

"O trem é o principal transporte para centenas de milhares de trabalhadores no Rio, em especial para os da região metropolitana. São 11 municípios pelos quais passam os trens dessa empresa.

A verdade é que a Supervia oferece o um serviço miserável. Já tirou os horários fixos e estabeleceu longos intervalos, o que na prática significa que nunca se sabe quando o trem vai passar.

Reduziu em 2020 a frota em 30%, deixando os trabalhadores ainda mais espremidos dentro de vagões que mais parecem latas de sardinha, isso em meio a uma pandemia.

Recorrentemente os ar-condicionados não funcionam. No fim de semana os intervalos são gigantescos e há ramais, como Belford Roxo, nos quais os trens acabam no começo da tarde e em dias de semana as 21 horas.

Acidentes são recorrentes por diversos motivos, e em 2019 dois trens chegaram a colidir e um maquinista faleceu.

Várias vezes os serviços são interrompidos sem nenhum aviso prévio. E a lista de absurdos poderia seguir infinitamente.

A Supervia costuma fechar seu ano com lucro na casa dos 20/30 milhões de reais. Bem diferente do balanço dos trabalhadores que são obrigados a andar nesse transporte e segundo anuncio, devem passar a pagar 7 reais a partir de janeiro de 2022.

Os problemas do transporte no Rio são estruturais, a Supervia, os ônibus da família Barata, o metrô privado que também está caríssimo, só servem para garantir o lucro de seus empresários e não a locomoção da população.

A virada do ano para 2022 promete trazer mais custos ao bolso dos trabalhadores e sair de casa já parece impossível com esses valores que junto aos serviços oferecidos são mais uma humilhação. Diversos jovens e trabalhadores arriscam suas vidas burlando as catracas para poderem se locomover. Uma realidade desnecessária, pois o transporte deveria ser acessível a todos, estar nas mãos dos trabalhadores, serem controlados por eles e não servir para gerar lucro a 6 dúzia de gente que nunca precisou pegar um trem na vida as 5 da manhã pra trabalhar o dia todo e ganhar um salário mínimo no fim do mês.

Contra essa lógica orientada pelo lucro das empresas privadas, defendemos a estatização de todo o transporte público sob gestão de seus próprios trabalhadores e controle popular, para oferecer esse serviço essencial com qualidade à população.

Que o ódio que incendiou esse cidade em 2013 consuma novamente cada jovem e trabalhador carioca e fluminense. Que os sindicatos, centros acadêmicos, grêmios e movimentos sociais se coloquem contra esse aumento absurdo e organizem a luta contra esse aumento que na prática vai de encontro com o direito de locomoção e lazer da juventude e dos trabalhadores."




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