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IMPEACHMENT | Cardozo afirma acreditar ser possível reverter o impeachment no STF.

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nessa sexta-feira, 5, o ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou acreditar que “não acho que exista maioria formada no Supremo” e que acredita que este pode tomar decisão favorável ao governo e barrar o impeachment. Afirmou também que o governo acredita que “há várias questões que podem ser judicializadas, a começar pela própria existência, a nosso ver, da justa causa para o impeachment”.

Cardozo demonstra bem nessa entrevista como a estratégia de defesa do PT contra o golpe institucional consiste em permanecer confiando nos conchavos de bastidores e na justiça, obstinadamente recusando-se a romper a institucionalidade do regime, mesmo quando esse volta-se contra seu domínio.

Mesmo diante das reiteradas demonstrações de apoio do STF ao impeachment, Cardozo diz que “não acredito que o Supremo pré-julgue causas”, ignorando os encontros de Serra com Gilmar Mendes ou as declarações recentes de vários ministros, como Celso de Mello, afirmando que o impeachment não é golpe.

Fiel ao servilismo do PT as mesmas instituições que o atacam, Cardozo afirma ainda que “Acredito que o Senado faça um julgamento justo e imparcial” e que “não acho que ela (Dilma) será afastada”, mantendo publicamente esperanças que o PT já abandonou por completo em conversas privadas, onde se trabalha abertamente com a certeza de derrota no Senado.

Por trás desse suposto apreço às instituições democráticas que o PT esforça-se em demonstrar, esconde-se a luta pela manutenção de seu domínio sobre grandes setores dos trabalhadores brasileiros, através da CUT e outras centrais sindicais governistas.

Com avanço dos ataques dos governos e a recessão econômica que aprofunda-se, fermenta-se uma grande insatisfação na classe operária e o PT e seus burocratas avaliam que qualquer atitude que coloque os trabalhadores para lutar ativamente contra o impeachment pode sair do controle e colocar em risco o seu domínio sobre os sindicatos e seus inúmeros cargos, fator imprescindível para manter a fidelidade de seus burocratas.

É imprescindível que a esquerda faça uma grande exigência, a partir da CSP-Conlutas e das Intersindicais, para que a CUT e as outras centrais governistas rompam com o governo do PT e coloque em marcha um amplo plano de lutas para barrar o impeachment e os ataques que o governo do PT vinha implementando e que agora será continuado, com muito mais vigor, pelo futuro governo Temer. Esse plano deve incluir atos, mobilizações, cortes de ruas e eventos festivos que mostrem como a luta contra o impeachment é também a luta contra o ajuste fiscal e toda a tentativa de descarregar os custos da crise nas costas dos trabalhadores.




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