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Caos no Acre, UTI´s lotadas, recorde de mortes na pandemia: as mulheres precisam se organizar!

Estamos em um dos piores momentos da pandemia, enfrentando o recorde de mortes, a falta de leitos e UTI’s lotadas, a espera interminável por vacina e situação alarmante no Acre com enchentes surtos de dengue. Diante do descaso e dos ataques dos governos e atores do regime político, é preciso se inspirar na força das trabalhadoras da saúde neste 8 de março.

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

sábado 27 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Já se completou 1 ano do primeiro caso de Covid-19 no país e estamos vivendo um dos piores momentos da pandemia, com recordes de morte, com UTI’s lotadas e falta de leito e oxigênio. Se a situação da maioria da população é alarmante por conta da pandemia, é preciso somar o caos vivido agora no Acre, em que não somente o sistema de saúde está colapsado por conta da Covid-19 e sua nova cepa, mas também por uma das maiores enchentes dos últimos 30 anos que deixou regiões submersas e causou surtos gravíssimos de dengue.

Parece que para os governos e atores do regime político atual herdeiro do golpe institucional, isso não é trágico suficiente e, sobre a população, também descarrega a crise econômica, os altos preços dos alimentos, os ataques aprovados que flexibilizaram contratos de emprego e cortaram salários, além da crescente massa de desempregados.

A Covid-19 aprofunda os efeitos de uma crise que, desde 2008, está sendo paga pela classe trabalhadora, particularmente as mulheres, os negros e os setores mais oprimidos. No Brasil de Bolsonaro e Damares, as mulheres da saúde estiveram não só na linha de frente do combate ao coronavírus salvando vidas no último ano, como também enfrentaram o negacionismo do presidente, o descaso dos governadores e as más condições de trabalho. É por isso que neste 8 de março que está chegando, lutamos com a força das mulheres da saúde contra toda a situação alarmante que vivemos, contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas para dar um basta aos ataques, para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

Trabalhadoras da saúde se mobilizando no início deste mês no Hospital São Paulo, quando entraram em greve contra a escassez de remédios e equipamentos (Imagem: CNN).

Leia mais: 8M: Com a força das trabalhadoras da saúde, enfrentar Bolsonaro, Mourão e os golpistas

As trabalhadoras da saúde sofrem tentando salvar vidas com a falta de equipamentos e remédios, fruto da precarização da saúde pública que os governos estaduais e federal aprofundaram nos últimos anos, se apoiando na PEC do teto dos gastos, e mais recentemente apostando na PEC Emergencial para diminuir gastos com saúde e educação, já que segundo Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, “na Saúde tem recursos demais”.

Os anos de precarização e privatização do SUS e demais serviços públicos cobram um preço alto neste momento de pandemia e quem está pagando é a população trabalhadora batendo recorde de mais de 1000 mortes diárias pela Covid-19.

No Acre, o estado padece com a Covid, as enchentes e os surtos de dengue. E nesse cenário calamitoso, vemos profissionais da saúde prestando atendimento debaixo da água por conta das terríveis enchentes.

Leia mais: Trabalhadores na linha de frente: médico e assistente atendem população dentro da água no AC

Ao redor de todo o país acompanhamos a disputa pela vacina da Covid-19, com os demagógicos discursos do governador de São Paulo, João Doria, se colocando como salvador da pátria por trazer a vacina ao país, quando sequer 1% da população do estado foi imunizada. Após inúmeras declarações negacionistas de Bolsonaro sobre a vacina, seu governo promete mais de 300 milhões de doses até julho, sendo difícil de acreditar quando a realidade da pandemia hoje é alarmante e o número de doses da vacina não cobre nem mesmo todos os trabalhadores da saúde nacionalmente.

O que se vê são trabalhadoras terceirizadas da limpeza e vigilância de muitos hospitais sem direito à vacina por não serem consideradas diretamente trabalhadoras da saúde. É preciso lutar para garantir a vacinação de todos, como os trabalhadores do Hospital Universitário da USP fizeram neste ano, sendo um exemplo a ser seguido.

É por tudo isso que neste 8 de março precisamos nos inspirar com a força das trabalhadoras da saúde que seguem salvando vidas e não abaixam a cabeça diante da situação trágica que vivemos. É preciso aliar com os demais trabalhadores para assim lutar pela anulação de todas as reformas que precarizam ainda mais nossas vidas em meio à pandemia! Contra este governo de Bolsonaro e Damares e a cruzada reacionária: legalização do aborto já!

Nesse sentido, fazemos um chamado para a plenária aberta do Pão e Rosas no próximo sábado, dia 06, para que a gente debata e fortaleça o feminismo socialista. Às vésperas de completar 3 anos do assassinato de Marielle Franco faremos o lançamento do livro “Mulheres Negras e Marxismo” que será uma forte ferramenta de combate. Chamamos a todes a se apropriarem do combate que fazemos por um feminismo socialista através do podcast Feminismo e Marxismo e também pelo Esquerda Diário.

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