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Candidato do PSL que se acha o próximo príncipe do Brasil quer Constituição feita por juízes

O candidato Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL) que se auto-proclama herdeiro do trono e foi quem sugeriu a Mourão que brigasse pela possibilidade do país ter uma nova Constituição elaborada por ’’notáveis’’ e não por um Congresso de deputados eleitos pela população.

quarta-feira 19 de setembro de 2018 | Edição do dia

Num banquete regado à vinho português e outras comidas que a maioria da população não pode ter acesso, o candidato do partido de Jair Bolsonaro, PSL, Luiz Phillipe de Orleans e Bragança contou um "segredo" em sua sala. O candidato que se auto-proclama herdeiro do trono disse que mantém uma relação amistosa com o reacionário Jair Bolsonaro, seus filhos e seu vice Mourão. Foi por conta dessa proximidade que ele sugeriu a Mourão que brigasse pela possibilidade do país ter uma nova Constituição elaborada por ’’notáveis’’ e não por um Congresso de deputados eleitos pela população.

Sim, é isso mesmo que você entendeu. Um sujeito que acha ser o herdeiro do trono real brasileiro (basta perguntar que trono brasileiro ele é herdeiro) quer que juizes eleitos por ninguém legislem e votem uma Constituição para regir a vida de milhares de trabalhadores e setores populares da sociedade. E ainda por cima o candidato, não satisfeito de ser herdeiro dos privilégios de sua ’’familia real’’, ainda quer usufrir dos privilégios que um deputado tem.

Depois de quatro horas de conversa, o "candidato príncipe" contou um pouco sua nova ideia de uma proposta de Constituição. De acordo com ele, essa carta ’’não populista’’ e que ’’descentraliza’’ e ’’estabiliza’’ os três poderes está sendo escrita por um grupo de 61 juristas e integrantes da sociedade, dividido em dois grupos - um integrado por ele e outro pelo jurista Modesto Carvalhosa, que mora em Paris, mas quer elaborar uma Constituição para o Brasil.

O absurdo é tão grande que a ideia é fundir o que foi colocado pelas duas equipes e disseminar por grupos de mobilização responsáveis por ’’catequisar’’ - isso mesmo, catequisar, afinal por que os trabalhadores e demais setores populares discutiriam política?Eles tem que ser catequizados.

A proposta de Orleans e Bragança remonta à primeira Constituição brasileira, feita por D. Pedro I. O primeiro imperador do Brasil, em 1822, nomeou um conselho de Estado, composto por jurista, que escreveu a Carta de leis sob sua orientação. Algo que é inaceitável até para um ’’democrata’’ coerente, pois não cabe em hipotése nenhuma ao juiz redigir uma Constituição para o país.

Não satisfeito com toda essa bizarrice, o candidato principe ainda vai além: nas suas propostas, ele pretende criar um 4º poder na figura de um chefe de Estado, com direito a veto, como no parlamentarismo. Uma espécie de Poder Moderador, onde quem ocupa este cargo tem o poder de achar que tudo pode fazer.

A existência de alguém que se acha príncipe e herdeiro do trono mostra os traços de profundo atraso da história do Brasil que perdura até hoje. Uma história que, diferente da França, não houve uma revolução que varresse a monarquia do país. Orleans e Bragança é fruto disso. Cabe os trabalhadores, através da sua luta e de maneira independente da burguesia, pegar pra si a tarefa de jogar na lata de lixo da história estes elementos reacionários que querem palpitar na vida política do país.




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