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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Câmara quer votar hoje em primeiro turno a destruição das aposentadorias

Após visita de Bolsonaro pela manhã, a Câmara dos Deputados deve votar em primeiro turno o texto da reforma que irá atacar as aposentadorias dos trabalhadores. A estimativa é de que seja aprovado.

quarta-feira 10 de julho de 2019 | Edição do dia

Bolsonaro visita a Câmara dos Deputados nessa manhã com dois compromissos: prestigiar seus aliados da grande empresa religiosa "Igreja Universal", que celebrará uma sessão solene na casa em comemoração a seu aniversário, e em seguida o presidente irá dar sua "benção" à abertura da votação pelos ataques às aposentadorias de todos os trabalhadores que será conduzida pelo presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Governo e Maia tem pressa de aprovar a "mãe de todas as reformas", o ataque a nossos direitos que unifica toda a burguesia e inclui grande parte da oposição como parte do acordo que visa sua aprovação, já que não apenas os governadores do PT vem negociando a reforma, como CUT e CTB - ao lado das centrais patronais como UGT e Força Sindical - garantiram que o poderoso movimento operário não entrasse com sua força em cena para barrar a reforma no 14 de junho.

A expectativa é de que a votação da reforma obtenha vitória para o governo. Isso se demonstra não apenas no levantamento feito pela mídia - outra pata da burguesia que vem fazendo campanha insistente e ostensiva para a aprovação da reforma - como pela primeira votação de um requerimento da oposição para retirar o tema da pauta, derrotado na terça-feira por 331 a 117. São necessários 308 votos para a aprovação do texto.

A agenda prevista por Maia para o dia é de abertura da sessão às 10:30, três falas de deputados favoráveis ao texto, três de deputados contrários, e em seguida a votação do texto base, com os destaques sendo votados na parte da tarde.

A oposição deve participar desse teatro orquestrado por Maia com a apresentação de ao menos 13 requerimentos de obstrução da pauta, que poderão no máximo atrasar algumas horas a aprovação, e que devem apenas servir a esses partidos para apresentar como uma "luta" contra o governo, após a verdadeira possibilidade de enfrentar a reforma nas ruas com o peso da classe trabalhadora, ter sido boicotada pela traição das centrais sindicais.

Além disso, membros da própria base do governo ou que apoiarão a reforma querem ainda modificações no texto. O próprio Bolsonaro gostaria de aumentar privilégios para militares e policiais, e disse: " Nunca é tarde para desfazerem possíveis injustiças. Uma ou outra categoria se sente prejudicada, é justo o reclame deles". Para Bolsonaro, é claro, a injustiça é contra os agentes da repressão estatal, e não contra os trabalhadores cuja aposentadoria quer arrancar ao lado de Maia. Além disso, muitos deputados - e também os governadores petistas - querem a inclusão dos estados e municípios nos ataques.

Para comprar o apoio dos deputados e garantir a aprovação da reforma, o governo prometeu liberar R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares, e os deputados ainda pediram mais. Bolsonaro, por meio de suas redes sociais, ainda procurou justificar a prática afirmando: "Por conta do orçamento impositivo, o governo é obrigado a liberar anualmente recursos previstos no orçamento da União aos parlamentares e a aplicação destas emendas é indicada pelos mesmos. Estamos apenas cumprindo o que a lei determina e nada mais."

Esse é um pequeno preço a pagar em nome da aprovação de um ataque histórico contra os direitos de toda a classe trabalhadora de nosso país.




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