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PRIVATIZAÇÕES | Caixa Econômica, BB e Ipea na mira: Guedes-Bolsonaro preparam privatizações

Mais três nomes da equipe econômica do novo governo foram anunciados pelo guru econômico de Bolsonaro, o ultra-neoliberal. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) serão presididos por nomes cujo passado revela interesses empresariais privatistas.

sexta-feira 23 de novembro de 2018 | Edição do dia

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil serão presididos por Pedro Guimarães e Rubem Novaes, respectivamente, e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por Carlos von Doellinger. O passado desses três nomes é revelador em relação ao que esperar do governo no futuro.

Descrito pela mídia como um “especialista em privatizações”, Guimarães é PhD em economia pela Universidade de Rochester e foi responsável por um levantamento das possíveis privatizações do governo que dará continuidade à agenda econômica de Temer. Atualmente, é sócio do banco Brasil Plural, instituição financeira fundada em 2009, que atua nos setores imobiliário, de petróleo e gás. Em seu perfil, na página da instituição, lê-se que “assessorou diversos processos de privatização, com destaque para a do Banespa.” Também tem passagem em bancos como Bozano e BTG Pactual, e foi neste último que conheceu Paulo Guedes.

Ainda em outubro de 2017, Guimarães ajudou Bolsonaro a encontrar-se com capitalistas do mercado financeiro estadunidense, tendo sido um dos primeiros dessa fração da classe capitalista a apostar em sua candidatura. A despeito do serviço prestado, seu nome é resistido por parte da equipe de transição pois é genro de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, a responsável pela obra do famigerado tríplex que pertenceria ao ex-presidente Lula.

Já Novaes é PhD pela Universidade de Chicago, fundadora da doutrina neoliberal e onde também estudou o próprio Guedes. É colaborador do Instituto Liberal, e esteve envolvido no escândalo do vazamento de informações do Banco Central para os bancos Marka e Fonte Cinda em 1999, ano de muita instabilidade cambial, quando o Brasil adotou o câmbio flutuante (livre circulação e variação do preço do dólar). Novaes também foi diretor do BNDES durante a presidência do general João Figueiredo, e entre 1969-70, ainda no regime militar, foi assessor do Ministério da Fazenda, então dirigido por Antônio Delfim Netto.

Na mesma época em que Delfim Netto era responsável pela pasta (1967-1974), o equivalente ao atual cargo de secretário do tesouro era ocupado por Carlos von Doellinger, economista pela UFRJ e pesquisador aposentado do Ipea, que também foi presidente do antigo Banerj e já era membro da equipe de transição antes de sua nomeação ter sido anunciada. Neoliberal, corrupto e serviçal da ditadura: essa é a cara nada inesperada da equipe econômica de Bolsonaro.

À imprensa, Novaes declarou ontem que irá “enxugar” e privatizar tanto quanto possível, e que a privatização do Banco do Brasil será feita em etapas, através do mercado de capitais: “Aquela fase de privatização em que você direcionava a venda para determinados compradores e montava consórcios de compra, isso está ultrapassado.” A declaração segue as diretrizes do novo superministério de Paulo Guedes, que terá uma secretaria de privatizações, assim como de “modernização do Estado”. Hoje (23), um dia após as nomeações, a Caixa anunciou um programa de demissão voluntária, cuja meta é de 1.600 funcionários.

O plano é vender as empresas públicas e as riquezas naturais do país para os imperialistas admirados pelo novo presidente, que desde sempre tece elogios a Donald Trump. A redução de gastos governamentais vem no sentido de ampliar o pagamento da fraudulenta dívida pública e assim reduzir o déficit fiscal, e enquanto isso, as empresas continuam devendo mais de R$ 450 bilhões à previdência, recebendo isenções fiscais bilionárias e os juízes e políticos vivendo cheios de regalias e privilégios.

Para enfrentar esse programa de privatizações e a entrega total do patrimônio nacional, as centrais sindicais como a CUT e a CTB devem romper com sua paralisia e convocar em cada espaço de estudo e trabalho um plano de mobilização que organize uma enorme greve geral contra os ataques de Bolsonaro, Paulo Guedes e toda a sua equipe, lutando contra as privatizações, as reformas e impondo um plano que lute pelo não pagamento da dívida pública.




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