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Bancários | CUT no sindicato dos bancários quer dar as mãos para a especulação imobiliária no centro de SP

Se a medida for aprovada, referendará que o sindicato de trabalhadores recorra a recursos da patronal da construção civil para se financiar, ao ter parte em empreendimento de especulação imobiliária.

segunda-feira 13 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Maurício Morais / Sind. dos Bancários SP

A CUT, que dirige o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região pretende colocar em votação nesta semana (nos dias 14 e 16/12) a “permuta” do local onde está sediada a histórica Quadra dos Bancários, no centro de SP, para dar lugar a um empreendimento imobiliário da construtora Cyrella, onde o próprio sindicato teria parte da área privativa a ser construída.

Segundo a atual presidente do sindicato, Ivone Silva: “A proposta de permuta da Quadra dos Bancários manterá uma estrutura excelente para a entidade e garantirá recursos indispensáveis para a manutenção e fortalecimento do Sindicato na luta em defesa dos direitos da categoria.”

Sindicato de trabalhadores buscando “recursos indispensáveis” com a patronal!?

A declaração da presidente do sindicato é escandalosa na medida em que naturaliza que um sindicato de trabalhadores busque seus “recursos indispensáveis” não com a contribuição dos trabalhadores que deveria representar, mas sim com uma patronal, como a da construção civil que é responsável direta pela especulação imobiliária que alavanca seus lucros por meio de medidas higienistas e inclusive repressivas contra a população de rua, além de promover a expulsão da população mais pobre para áreas cada vez mais precárias da cidade.

E como se não bastasse, sem promover sequer o debate sobre uma medida desse caráter, a direção do sindicato (CUT) está condicionando o pagamento anual do bônus de fim de ano (devolução aos sindicalizados de parte da contribuição sindical retida na PLR) à participação da votação.

Com essa manobra, se for aprovada a medida do sindicato se financiar abertamente com uma patronal, não vai se fortalecer a organização dos trabalhadores, muito pelo contrário, vai tornar ainda mais burocrática a direção do sindicato, submetendo aos interesses de recursos privados, afastando a atuação da entidade de suas bases, pois nesse caso para se financiar a direção da CUT no sindicato poderia abandonar de vez a perspectiva de fortalecer as relações com a própria categoria que convencida na luta, poderia ser o fator de fortalecimento do sindicato, inclusive materialmente.




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