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12 CONGRESSO DA CUT | CUT defende “ajuste adequado” para o Brasil dos empresários crescer: mais PPE e inflação

No XII Congresso da CUT, a mesa de economia nacional composta pelo economista Márcio Pochmann e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, debateu o ajuste fiscal.

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

sexta-feira 16 de outubro de 2015 | 00:00

Na mesa sobre economia nacional de hoje (15/10) do Congresso da CUT sentaram-se o economista Marcio Pochmann e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho.

Ao debaterem o ajuste fiscal implementado desde a reeleição de Dilma, a conclusão da mesa se deu em torno do “Fora Levy!”, sustentado em argumentos sobre a ineficiência do ajuste para os mercados e para a popularidade de Dilma. Para a CUT o ajuste fiscal é “ruim” pois não reposicionará o Brasil numa perspectiva de crescimento, mas há um acordo implícito de que o ajuste é necessário, e hoje a CUT já mostra na prática como quer disputar um projeto de ajuste “bom” que também agrade os patrões.

O ajuste fiscal que a CUT quer discutir e busca implementar nas categorias onde dirigem os sindicatos é o Programa de Proteção ao Emprego, que busca reduzir os custos para os empresários no momento de crise ao mesmo tempo que reduz o salário do trabalhador. Outro exemplo são as negociações salarias que nem repõe a inflação, enquanto todos os produtos e serviços estão subindo para os trabalhadores, os patrões que vendem esses produtos e serviços estão lucrando mais quando os vendem e não repassam esse “ganho extra” para os trabalhadores, por isso os salários são reajustados sem acompanhar a inflação.

Um mecanismo que a CUT defende no seu projeto de ajuste fiscal é a inflação prolongada, ao invés de atacar a inflação diminuindo a atividade econômica e gerando crescimento negativo (“recessão”), a proposta da CUT é mais “amena” ao permitir que a inflação siga por períodos mais longos, mas de qualquer forma gerando perdas salariais que os trabalhadores brasileiros já viram em época de aumentos ainda maiores nos preços.

É preciso um programa dos trabalhadores contra a crise

Como vimos, o Congresso da CUT, em meio à crise econômica do país, apresenta como proposta uma “luta contra a recessão”, pois com recessão não há crescimento, assim, propõe com a ajuda dos intelectuais petistas como Marcio Pochmann, o seu ajuste, um “ajuste bom” e diferente, mas para isso, é preciso antes, “tirar Levy do caminho”. Porém, o conteúdo deste ajuste, ao contrário da demagogia dos discursos de hoje, está a favor dos interesses de uma “indústria nacional” (leia-se FIESP e CNI) passando por cima dos direitos dos trabalhadores com o PPE (que está sendo aprovado nas fábricas com o apoio e orientação das burocracias sindicais da CUT e Força Sindical), a redução da jornada com redução de salários, “inflação prolongada” - desvalorização dos salários –, além da precarização do trabalho (com regulamentação da terceirização e o acordo coletivo especial) – este é verdadeiro “modelo chinês” para o Brasil voltar ao crescimento, segundo a CUT.

A organização dos trabalhadores em cada local de trabalho junto à população pobre e em cada luta, como a dos bancários, dos professores e a recente greve dos Correios, em combate às burocracias sindicais, patronais e governistas, é o caminho de fato, para que os trabalhadores dirijam um programa para que a crise seja paga pelos ricos e empresários. Este programa precisa ser uma grande campanha pelo não pagamento da dívida externa, por reajuste salarial de acordo com a inflação, pela redução da jornada de trabalho sem redução do salário (para que todos possam ter seu direito ao emprego garantido em meio às demissões) e luta pela garantia do salário mínimo do DIEESE (pelo não rebaixamento do nível de vida da população).

Nesse sentido, denunciamos a adesão de MTST e do PSOL na Frente Povo sem Medo que é a uma frente funcional aos interesses do governo e da burocracia sindical como a que dirige a CUT ( que é a burocracia que está ao lado do “ajuste bom” que tem a cara do PPE, da desvalorização dos salários, da inflação da cesta básica e do tarifaço para defender os lucros da “indústria nacional”). E preciso romper com esta frente para a criação de uma real alternativa dos trabalhadores, uma terceira via política contra o governo do PT e a oposição de direita, construída na luta de classes e pela base para assim poder fazer frente ao impactos da crise e do ajuste fiscal de Dilma e Levy.




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