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ELEIÇÕES 2016 | Breves reflexões sobre as eleições municipais em Natal (RN)

Breves reflexões sobre as eleições na capital do Rio Grande do Norte.

domingo 25 de setembro de 2016 | Edição do dia

Nas eleições municipais em Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN) apresentam-se sete candidatos que disputam a vaga de Prefeito para um total de 534.582 mil eleitores.

Carlos Eduardo do Partido Democrático Trabalhista (PDT), atual prefeito e candidato à reeleição pela coligação NATAL MELHOR DE NOVO integrada pelo: PDT / PMDB / PR / PROS / PSC / DEM / PSDC / PRB / PTB é quem lidera as pesquisas. De acordo com a Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira, 12 de setembro, Carlos Eduardo estaria triunfando e sendo reeleito no primeiro turno com 53% das intenções de votos, já que é necessário obter mais da metade destes (excluídos os votos em branco e os votos nulos) para atingir o mencionado objetivo. Assumiu a Prefeitura em outubro de 2013 e desde então defendeu sua própria reeleição.

Muito longe, o segundo lugar está disputado por duas candidaturas golpistas: Kelps Lima, do Partido Social Democrático (PSD) que faz parte da coligação: É POSSÍVEL FAZER MAIS POR NATAL integrada pelo SD / PHS / PSB / PRP / PMN / PRTB / PTC e Marcia Maia candidata do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) pela coligação integrada A FAVOR DE NATAL - PSDB / PEN / PP / PMB / PT do B. Kelps Lima (SD) está com um 8% nas intenções de votos, enquanto que Marcia Maia (PSDB) – 7%. Estão na margem de erro.

O mesmo acontece com o terceiro, quarto e quinto colocados na pesquisa, na qual, Fernando Mineiro, do Partido dos Trabalhadores (PT) é candidato a prefeito pela coligação FRENTE POPULAR DA CIDADANIA - PT / PC do B que aparece com o 5% das intenções de voto e Robério Paulino candidato pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) com 4%, muito abaixo das expectativas iniciais.

Em relação ao PT e o PCdoB podemos destacar que no plano do governo estadual foram aliados do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD) quem havia até afirmado, antes da crise política que culminou no golpe institucional, que seu candidato para o próximo pleito pela Prefeitura de Natal seria o deputado Fernando Mineiro (PT), que já foi candidato em 2012. Desta forma, Natal acabou sendo uma das poucas cidades do país onde não se fazem aliança com partidos golpistas nesta eleição.

Por sua vez, a candidatura de Robério Paulino (PSOL), depois de sua excelente eleição para governador no ano de 2014, onde obteve 8,74 % dos votos no estado dos quais, 22,45% foram na cidade de Natal e por isto, se encontra bem abaixo das perspectivas que se tinha inicialmente.

Também se apresentam Freitas Jr que é candidato pelo Rede Sustentabilidade (REDE) e se encontra, segundo a mesma pesquisa, com 1% das intenções de votos e Rosália Fernandes que é candidata a prefeita de Natal pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Dois elementos podem explicar a situação do PSTU no estado: a posição política do partido durante todo o processo do golpe, que manteve uma política que não se delimitava da direita; a divisão com o surgimento do Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) que significou no afastamento de sua vereadora Amanda Gurgel. Mesmo que o MAIS mantenha filiação democrática no PSTU para apresentar candidaturas no plano legislativo local, tem impacto no plano da disputa pelo executivo.

Podemos acrescentar uma alta porcentagem dos votos Brancos e Nulos com 17% sendo que: Não sabe/Não responderam 5%.

Esta pesquisa foi realizada pelo Ibope que ouviu 602 eleitores em Natal entre os dias 8 e 11 de setembro. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de quatro pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%, o que não discutimos conceitualmente é a forma como são realizadas este tipo de pesquisa. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sob o número 06747/2016.

Comparando com a pesquisa anterior, realizada pelo mesmo instituto a pedido da Inter TV Cabugi, entre os dias 19 e 22 de agosto, Carlos Eduardo tinha 40%, seguido por Fernando Mineiro, Kelps, Márcia Maia e Robério Paulino, com 7%, cada. Freitas Júnior e Rosália Fernandes tinham 1%, cada. Brancos e nulos eram 25% e indecisos somavam 5%. Encontramos uma mudança que tem relação com a segurança de que Carlos Eduardo obtenha o triunfo no primeiro turno.

Numa avaliação inicial, entende-se que a insatisfação dos eleitores natalenses fica clara com exibição destes números que refletem em 25% branco ou nulo, resultando como forma de reivindicação e indignação para com seus representantes. Este dado sobre a eleição expressa a crise política como uma crise de representação no Estado.

Como sustivemos numa matéria onde realizávamos observações sobre as eleições municipais em Campina Grande (PB), em termos gramscianos, esta disputa eleitoral em Natal (RN) fica reduzida a pequena política e compreende-se que as questões parciais e cotidianas econômico-sociais, estão centradas na disputa no interior de uma estrutura de diferentes frações da mesma classe política pela sua preponderância. Para o comunista italiano é uma política cinza, sem horizonte estratégico.

A partir do Jornal Esquerda Diário, frente a hegemonia da pequena política, entendemos que é preciso que a esquerda retome o debate estratégico da grande política, a qual compreende a fundação de novos estados, a luta pela destruição, defesa e conservação de determinadas estruturas orgânicas. Para isto é central realizar um balanço político de todo o período para extrair lições sobre o que significou a política de conciliação de classes do Partido dos Trabalhadores (PT) e como abriu o caminho com seu fisiologismo, (ou seja, assimilou os métodos de fazer política dos capitalistas) e com os ataques à classe trabalhadora, um somatório que se voltou contra seu próprio governo e no avanço da direita.

Isto é indispensável para organizar a resistência contra os ataques do governo golpista de Temer contra os trabalhadores e o povo pobre e para isso é preciso construir uma alternativa anticapitalista, que partir da intervenção na luta de classes frente esta direita dura.

Do Esquerda Diário, frente à pequena política e a podridão deste sistema político defendemos “Abaixo Temer Golpista!” E lutamos por uma saída política de fundo, uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela mobilização das massas, que tenha uma perspectiva anticapitalista e transacional, lutando por outros junhos.




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