Informado na noite de segunda-feira (12), Bolsonaro da gargalhada ao saber que seu indicado Kassio Nunes foi o sorteado no STF para ser relator do processo de impeachment que o Senador Kajuru abriu contra Alexandre de Moraes. Com um ministro do STF para chamar de seu, Bolsonaro conta com um representante direto na cúpula de seus principais adversários.
terça-feira 13 de abril de 2021 | Edição do dia
O processo de impeachment foi proposto pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que neste fim de semana divulgou a escandalosa conversa dele com Bolsonaro articulando contra a CPI da Pandemia. O pedido de impeachment veio após a decisão de Moraes que determinou a prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ), deputado reacionário que clamou por golpe militar e fechamento do STF, e por isso foi enquadrado por Moraes na igualmente reacionária Lei de Segurança Nacional.
Após apoiadores de Bolsonaro o informarem que Kassio Nunes foi o sorteado para relatar o impeachment, Bolsonaro respondeu: “Caiu para o Kassio Nunes?” e gargalhou. Bolsonaro sabe que Kassio Nunes é seu fiel representante e tem votado favoravelmente ao governo em diversos temas, como favorável à abertura dos templos e contrario à suspeição de Sérgio Moro.
🇧🇷 Durante conversa com apoiadores nesta noite, o presidente Jair Bolsonaro foi informado que o ministro Nunes Marques havia sido sorteado relator do pedido de Kajuru pelo impeachment de Alexandre de Moraes: pic.twitter.com/kcurGePPa8
— Eixo Político (@eixopolitico) April 13, 2021
Bolsonaro e aliados têm partido para ofensiva contra seus adversários intitucionais, pressionando pela inclusão de prefeitos e governadores na espinhosa CPI da pandemia, utilizando o ridículo teatro com Kajuru nesse sentido.
Análise: O teatro de palhaços entre Kajuru e Bolsonaro
Essas disputas institucionais, inclusive a CPI, servem para encobrir o fato de que não se trava nenhuma luta consequente contra Bolsonaro e sua política assassina para a pandemia. Não virá das instituições como o STF ou o congresso uma resposta, pois são cúmplices das mortes da covid-19 pelo descaso, pelos seguidos anos de ataque à saúde pública, pela falta de testes, de leitos, de contratação de profissionais, e agora pela falta de vacinas.