Em vídeo divulgado pela campanha de Bolsonaro, a imagem de uma mulher negra, que pode ser comprada no banco de imagens da agência Shutterstock por 79 dólares, é usada para contar a história de uma enfermeira de família pobre que "há muito se libertou do vitimismo".
terça-feira 18 de setembro de 2018 | Edição do dia
Foto: reprodução
Em um vídeo veiculado pela campanha de Bolsonaro, intitulado Mulher negra e de família pobre, Bolsonaro mais uma vez tenta atacar o discurso do movimento negro como um discurso vitimista.
MULHER NEGRA E DE FAMÍLIA POBRE
Somente a verdade nos liberta. Quem pede tudo ao Estado, tudo lhe é retirado, inclusive a liberdade.Curtam no facebook: Ação Bolsonaro ( https://t.co/DfIzYpk1Ox ). pic.twitter.com/CQvknmrzCp
— Eduardo Bolsonaro 1720 (@BolsonaroSP) 13 de setembro de 2018
No vídeo uma enfermeira negra ilustra a história de superação narrada: “Sim, sou mulher, negra e vinda de família pobre, mas não passei procuração para que ninguém fale em meu nome. Há muito me libertei do vitimismo que muitos ainda insistem em me colocar sobre os ombros…”, diz a locutora.
Ironicamente, o vídeo que fala em colocar palavras na boca de setores negros, usa uma modelo negra vestida de enfermeira cuja imagem é vendida no banco de imagens da agência Shutterstock, por 79 dólares.
Bolsonaro para se contrapor às inúmeras acusações de racismo que possui, busca atacar o movimento negro, mas a falácia de seu discurso é tão grande que ele não consegue nem um depoimento de apoio real e precisa criar um roteiro falso que faz da exceção a regra, tudo para justificar seus posicionamentos racistas contra cotas e a inclusão dos negros.