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GOVERNO BOLSONARO | Bolsonaro cogita professor que nega aquecimento global para chefiar o meio-ambiente

Novo nome cotado por Bolsonaro para Ministério do Meio Ambiente é o professor de geografia da USP Ricardo Felício que considera o aquecimento global “uma farsa criada por cientistas e organismos multilaterais”.

sexta-feira 7 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Bolsonaro incluiu mais um nome na lista de possível indicação ao Ministério do Meio Ambiente, a novidade é o professor da Universidade de São Paulo, Ricardo Felício, que já divide especialistas por sua posição de que o aquecimento global seria uma “farsa”. Segundo o futuro presidente, a escolha do titular deste ministério “é a decisão mais difícil”.

Além de Felício, entre as opções cotadas para a Pasta está o mais provável indicado, o advogado Ricardo Salles (fundador do Movimento Endireita Brasil, ex-diretor Jurídico da Sociedade Rural Brasileira e do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional), e o engenheiro agrônomo e escritor Francisco Graziano, que já ocupou diversos cargos públicos (deputado federal de SP pelo PSDB, Secretário Estadual de Agricultura, Presidente do Incra e chefe de gabinete pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso), ambos já foram Secretários Estaduais do Meio Ambiente de São Paulo. Dada a indefinição, o anúncio do escolhido pode ser feito a qualquer momento. Outra opção seria o delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas.

Segue a empreitada de Jair Bolsonaro contra o meio ambiente:

Anteriormente o presidente eleito havia anunciado a fusão dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, mas voltou atrás. Também anunciou a milionária da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Tereza Cristina, para o Ministério da Agricultura, uma figura reacionária que defende o uso dos agrotóxicos.

Para a Pasta de Relações Exteriores, o ex-capitão indicou Ernesto Araújo, outro opositor da tese de aquecimento global e que sobre a adesão de quase 200 nações ao Acordo de Paris em 2015, afirmou que trata-se de "uma tática globalista de instilar o medo para obter mais poder". Inclusive, a possibilidade do Brasil se retirar deste acordo preocupa setores de dentro e fora do país.

Bolsonaro criou a Secretaria Especial de Assuntos Fundiários e nomeou Nabhan Garcia da UDR (União Democrática Ruralista) para a pasta.

Independente do nome escolhido como Ministro do Meio Ambiente, já sabemos que, pelas próprias palavras de Bolsonaro, terá de ser afinado com o Ministério da Agricultura e estar disposto a enfrentar a suposta "indústria da multa", numa referência à atual política de combate ao desmatamento, criticando a legislação ambiental pelo suposto “excesso de exigências” que supostamente acabariam por dificultar o empreendedorismo no país. Jair Bolsonaro afirma que quer a preservação do meio ambiente “sem prejudicar outras atividades [econômicas]”. Neste tema, também defende a polêmica unificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Sobre a questão indígena, o novo presidente é categórico e continua destilando todo seu racismo, além de defender a entrega da Amazônia aos EUA, recentemente ainda comparou a demanda indígena por demarcação de terra a um “zoológico”, infelizmente não foi a primeira e nem será a última declaração deste tipo contra as comunidades indígenas e também quilombolas. Sobre a Funai, as coisas seguem indefinidas, ainda há a possibilidade que o órgão seja remanejado do Ministério da Justiça, a mudança é bem preocupante.

Mesmo antes de assumir o governo, o reacionário Bolsonaro (que inclusive foi multado por crime ambiental devido à pesca irregular) e suas alianças com os setores mais atrasados da sociedade e sedentos por lucros como o agronegócio, já avançam sobre as pautas de defesa do meio ambiente, reafirmando seu histórico compromisso de avançar sobre áreas protegidas e acabar com as políticas de demarcação de terras das comunidades indígenas e quilombolas, enquanto seguem sua política entreguista e pró-imperialista.




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