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GOLPE DE ESTADO NA BOLÍVIA | Bolívia: TSE diz que haverá eleições nacionais em 3 de maio, com Evo proscrito

O anúncio foi dado pelo Tribunal Supremo Eleitoral, sem dar mais detalhes.Ainda confirmaram que Evo Morales e García Linera não podem ser candidatos.

sábado 4 de janeiro de 2020 | Edição do dia

O anúncio foi feito pelo vice-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Oscar Hassenteufel, após um ato na cidade de Sucre pelo "ano constitucional 2020".

Um paradoxo, considerando que essas são autoridades eleitorais eleitas pela Assembleia Legislativa, que com, os membros do MAS, legitimaram o golpe de Estado que expulsou Morales do poder.

Hassenteufel esclareceu que na próxima segunda-feira ele dará mais detalhes dessa convocação para as eleições presidenciais do primeiro domingo de maio. No momento, o TSE faz esse anúncio dois dias após o prazo expirar.

Originalmente, eles tinham dois dias úteis desde a nomeação das autoridades da Corte (19 de dezembro) para fazer o anúncio, mas o prazo foi estendido para 10 dias úteis.

Uma das principais razões para isso foi que a direita não achava um consenso com as candidaturas, e consequentemente, ocorria o perigo da dispersão de votos dos setores golpistas favorecer o MAS.

Por esse motivo, a autoproclamada presidente Jeanine Áñez falou em entrevista à mídia televisiva sobre a possibilidade de uma “cúpula de líderes políticos” para discutir a formação de uma frente que concorra com o partido Evo Morales.

"Sim, eu acho que, se for o caso, em uma cúpula de líderes políticos, porque acredito que há um objetivo comum aqui nos bolivianos, não queremos dispersão dos votos, não queremos que o 20 de outubro aconteça."

Lembre-se que naquela data, Morales, com seu partido MAS, novamente venceu as eleições pela quarta vez, com suspeitas e alegações de fraude, o que desencadeou uma crise política e um fortalecimento da direita, que levou ao golpe de Estado.

A direita já tem suas candidaturas, em primeiro lugar a de Luis Fernando Camacho e Marco Pumari, líderes dos comitês cívicos de Santa Cruz e Potosí, ambos impulsionadores desse golpe de Estado. Carlos Mesa, principal concorrente de Evo Morales nessas eleições, esclareceu que voltará a se apresentar.

Morales, exilado na Argentina, organizou uma reunião em Buenos Aires com quadros de seu partido para definir candidaturas, que acabou tendo pouca participação.

Em grande parte devido à pressão dos Estados Unidos contra Alberto Fernández - presidente do país que abriga o líder aimara -, para que ele não tenha permissão para fazer política livremente. Mas essa baixa participação mostrou apenas a crise interna pela qual o MAS está passando, com muitos dirigentes que apoiaram abertamente o governo golpista.

No que acabou sendo mais um ato político, Evo Morales anunciou que somente em 19 de janeiro anunciará as indicações para presidente e vice. Aceitando a proscrição que o golpe de Estado fez com ele e Álvaro García Linera.




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