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CORRUPÇÂO TUCANA | Beto Richa é acusado de corrupção durante campanha à reeleição ao governo do Paraná

terça-feira 19 de maio de 2015 | 00:30

Luiz Antônio de Souza, auditor fiscal investigado pelo Ministério Público por participar de esquema de corrupção na Receita Estadual, afirmou em depoimento de deleção premiada que, a pedido de Luiz Abi Antoun - primo do governador Beto Richa (PSDB) e empresário influente na gestão do PSDB -, levantou 2 milhões de reais de forma ilegal para abastecer a campanha do tucano à reeleição em 2014.

Souza e outros 14 auditores são acusados de cobrar propina de empresários para reduzir ou anular dívidas com a Receita Estadual, em esquema similar ao descoberto recentemente na Receita Federal e investigado pela Polícia Federal na operação Zelotes.

Segundo o depoimento do auditor, em fevereiro de 2014, Luiz Abi teria solicitado a Márcio Albuquerque de Lima, ex-inspetor geral da Receita do Paraná e chefe do esquema de propinas, que conseguisse R$2 milhões para a campanha de Beto Richa a reeleição. De acordo com o advogado de Souza em entrevista à O Estado de São Paulo, “o dinheiro tinha que ser entregue até setembro. E meu cliente efetivamente conseguiu o dinheiro com três empresas da região Norte”.

Em vídeo divulgado no Facebook, o governador tucano afirma em sua defesa que “o Paraná não é bobo e sabe que há muitos interesses, principalmente políticos, tentando fazer um jogo sujo. Querem desviar o foco de problemas maiores, inventando acusações falsas. Mas agora, passaram dos limites. Pegaram um criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores para me acusar sem nenhuma prova. Coisa de bandido". Souza também é acusado de exploração sexual de menores já que foi pego em janeiro num motel com uma menina de apenas 15 anos.

As acusações contra Beto Richa tendem a aprofundar ainda mais a crise política pela qual passa seu governo depois da brutal repressão que este comandou contra os professores estaduais e demais servidores públicos do Paraná no dia 29 de abril. Os professores seguem em greve contra os ataques de Richa ao sistema de previdência dos servidores estaduais. Depois que a repressão orquestrada pelo governador chocou todo o país, já caíram os secretários estaduais de Educação e Segurança.

Se confirmadas, as acusações contra Beto Richa só comprovam os argumentos dos professores estaduais de que o governo do PSDB ataca os direitos dos trabalhadores para continuar garantindo os interesses dos empresários e da casta política corrupta do Paraná.

Este é mais um caso de corrupção que vem a tona para confirmar a regra dos sistemas políticos sob o capitalismo: grandes empresários que financiam as campanhas eleitorais em troca de governos que atendam seus interesses através do desvio sistemático de recursos que deveriam ser utilizados para os serviços públicos mais essenciais.

Além disso, no que diz respeito à cobertura jornalística, se reproduz mais uma vez a velha polarização que não interessa aos trabalhadores e ao conjunto da população brasileira. Quando a corrupção diz respeito ao PSDB, os grandes jornais e portais tradicionais fazem cobertura tímida, cautelosa e secundária. Já quando se trata de envolvimento do PT, se tornam intransigentes defensores aguerridos da ética. Por outro lado, os meios de comunicação e blogueiros petistas, dão todo o peso para os escândalos do PSDB e abafam a corrupção dos políticos governistas.

Para combater essa falsa polarização, os professores e demais trabalhadores paranaenses não podem deixar apenas nas mãos da justiça burguesa e da grande mídia, em geral cúmplice dos governos, a investigação deste e de qualquer caso de corrupção. Devem através de seus sindicatos e organizações populares promover uma investigação independente que garanta a punição de Beto Richa e todos os envolvidos.




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