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CENTRAIS SINDICAIS | Basta de paralisia: CUT e CTB precisam organizar plano de luta contra a pandemia e os ataques

Desde o golpe institucional de 2016, com o governo golpista de Michel Temer e na sequência com o reacionário governo de Jair Bolsonaro vemos enormes ataques sendo direcionados a classe trabalhadora como as reformas anti-operárias e PECs e MPs emergenciais. Diante desse cenário, já passou o tempo das centrais sindicais saírem de sua paralisia e romperem com a sua "quarentena" para organizar a luta dos trabalhadores

terça-feira 16 de março de 2021 | Edição do dia

O cenário do Brasil está cada vez mais caótico com a saúde colapsando e a crise econômica. Mesmo em meio a pandemia, os governos articulam mais e mais ataques à nossa classe, como a PEC emergencial aprovada ontem que congela os salários do funcionalismo por 15 anos.

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Para além desses ataques que são expressão direta do golpe institucional, vemos um número enorme de desemprego e o exponencial aumento do trabalho precário. Situações que já vinham se desenhando em resposta à crise capitalista e que com a pandemia assumem contornos mais fortes deixando evidente a tentativa de descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores e do povo pobre.
Diante dessa situação a política das centrais sindicais como a CUT e a CTB tem sido de paralisia. Fazem eco à campanha do #FicaemCasa sem dar nenhuma alternativa para a maioria da classe trabalhadora que está na linha de frente sofrendo diretamente os impactos da pandemia. Mesmo em relação ao enfrentamento das privatizações em curso a CUT lança uma campanha midiática que nada serve para colocar de pé uma resistência a essas medidas.

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Essa política é mais uma expressão da tentativa de conduzir qualquer saída política à crise no país para uma via meramente institucional. Se as centrais sindicais já vinham em paralisia há tempos, agora com a reabilitação de Lula como presidenciável para 2022 coloca esses sindicatos ainda mais como construtores da passividade da nossa classe como se a saída a todos os ataques não passasse pela nossa organização.

Por isso é urgente que os trabalhadores se organizem para exigir das suas direções que parem de trégua e organizem os trabalhadores mesmo com as dificuldades da pandemia, com assembleias e reuniões de base presenciais ou virtuais de acordo com a categoria. Nesse caminho a esquerda poderia cumprir um papel importante se colocasse de pé um polo anti-burocrático que apontasse para os trabalhadores esse caminho da mobilização e mostrasse que é necessário ter uma política alternativa a conciliação das centrais sindicais para impor que estas se movimentem colocando de pé uma verdadeira frente única operária que possa lutar por um plano de emergência contra a pandemia, pela anulação de todas as reformas e privatizações, contra todas as medidas autoritárias do judiciário golpista e por um programa operário diante da crise para que sejam os capitalistas e não os trabalhadores os que paguem por essa crise.

No próximo dia 24/03 está sendo convocado um dia de mobilização, porém sem organização efetiva na base das categorias. A tendência de que isso se transforme em um dia "testemunhal" é grande, o que termina servindo apenas para as centrais sindicais "mostrarem serviço" e não para realmente organizar a resistência dos trabalhadores. Por isso devemos lutar contra a paralisia das centrais exigindo assembleias e reuniões presenciais ou virtuais nos locais de trabalho e lutando para que em cada local dos setores de linha de frente sejam colocados de pé Comissões de Higiene e Segurança Sanitária que averigue os casos e implemente todas as medidas de segurança necessárias nos locais de trabalho. Ao invés de ter esse papel, as centrais vêm se reunindo com governadores por todo o país, para negociar nossas vidas.

Como forte exemplo da força que a classe trabalhadora organizada tem, vemos o caso da luta da Grandpuits na França, onde os trabalhadores deram o exemplo através da auto-organização e da greve, isso após as organizações sindicais da Bridgestone aceitarem sem luta o fechamento da montadora de Béthune e a demissão de 836 trabalhadores. É um exemplo de como a auto-organização dos trabalhadores é decisiva para impor que as centrais sindicais se movimentem diante de tantos ataques.

Veja: Greve, auto-organização e apoios: o método Grandpuits de luta contra as demissões




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