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CHILE: ATO ANTICAPITALISTA E INTERNACIONALISTA | Bárbara Brito, dirigente do Pão e Rosas Chile: “O feminismo socialista pelo qual lutamos se propõe a terminar com esta sociedade de exploração e opressão”

A dirigente nacional de Pão e Rosas no Chile e ex vice presidenta da Federação de Estudantes Chilenos (FeCh) propõem levantar um feminismo socialista que lute para que o movimento de mulheres esteja a frente do combate contra a opressão de gênero, “mas que ao mesmo tempo impulsione as demandas das trabalhadoras e revolucione as estruturas sindicais corporativas e machistas, as colocando ao serviço da luta contra à exploração e a opressão”.

domingo 18 de novembro de 2018 | Edição do dia

Uma das figuras do feminismo no país chileno, Bárbara Brito, dirigente nacional da agrupação de mulheres e diversidade sexual Pão e Rosas, e ex vice presidenta da Federação de Estudantes Chilenos da Universidade do Chile (FeCh), foi uma das oradoras no Ato por uma Esquerda Anticapitalista e Internacionalista das e dos Trabalhadores, convocado pelo Partido de Trabalhadores Revolucionários (PTR), realizado no Foro Griego da Universidade de Santiago do Chile.

Brito, que impulsiona um feminismo socialista, afirmou que (temos sido parte desse grande movimento de mulheres internacional que na Argentina e no Chile se levantou por Nem uma a Menos e pelo direito ao aborto. Fizemos parte batalhando para que este movimento se enraíze nos lugares de trabalho e estudo revolucionando as organizações estudantis e sindicais. E lutando para que as mulheres trabalhadoras estejam a frente, junto a milhares de jovens que sacudiram as ruas”.

Para a dirigente, “a Nova Maioria, ainda que se esteja na oposição agora, enquanto governou nos negou o direito ao aborto, e a conquista do aborto em apenas 3 condições que só corresponde a 3% dos abortos, foi uma política para desviar o movimento nas ruas pelo aborto legal, seguro e gratuito. Além disso, aprofundaram a herança da ditadura militar que para as mulheres significa mais precarização trabalhista, piores pensões e salários mais baixos”, assegurando que não são nenhuma alternativa para as mulheres trabalhadoras, a juventude e o povo trabalhador”.

O feminismo socialista que propõem Brito da agrupação Pão e Rosas “nos coloca na linha de frente de combate por cada luta contra a opressão de gênero, mas ao mesmo tempo luta para que o movimento de mulheres levante as demandas das mulheres trabalhadoras e seja uma alavanca para revolucionar as estruturas sindicais corporativas e machistas e colocá-las a serviço da luta contra a exploração e a opressão”, concluiu a jovem.

Acompanhe o discurso completo de Bárbara Brito, dirigente nacional do Pão e Rosas e ex vice presidenta da FeCh

Companheiras e companheiros, queria começar saudando este ato, especialmente a minhas companheiras do Pão e Rosas. Patricia Romo, dirigente do coletivo de Antofagasta do Colégio de Professores; Joseffe Cáceres, trabalhadora da limpeza e dirigente do sindicato do ex Pedagógico; Beatriz Bravo, delegada do Sindicato de Operadores Postais; Pamela Contreras, dirigente sindical do Colegio Winterhill em luta contra o fechamento. E uma saudação aos trabalhadores de base, estudantes e jovens presentes. Também a minhas companheiras de Pão e Rosas da Argentina, Bolívia, Brasil e Perú que viajaram para este ato, e a minhas companheiras do Estado Espanhol, França, Costa Rica, México,
Uruguai, Alemanha e Itália.

Fomos parte desse grande movimento de mulheres internacional que na Argentina e no Chile se levantou por Nem Uma a Menos e pelo direito ao aborto. Fizemos parte batalhando para que o movimento se enraíze nos lugares de trabalho e estudo revolucionando as organizações estudantis e sindicais. E lutando para que as mulheres trabalhadoras se coloquem na linha de frente, junto a milhares de jovens que sacudiram as ruas.

As e os políticos burgueses buscam nos arrancar essa força fazendo demagogia com nossos direitos. Isabel Plá que se declarou feminista nas mobilizações universitárias por uma educação não sexista, é a mesma que está contra o direito ao aborto igualando-o com a escravidão e são os mesmo que hoje vêm reprimindo as mulheres e crianças no Wallmapu. Os únicos que querem pôr correntes nas mulheres para nos retirar o direito a decidir são eles: Piñera anunciou que faria de tudo para frear o direito ao aborto; Van Rysselberghe, se reuniu com o misógino Bolsonaro. Elas e eles são os maiores defensores do legado de Pinochet e Jaime Gúzman, quem disse que “as mães devem ter os filhos ainda que saia especial, não o tenha desejado, seja produto de uma violação ou ainda que ao tê-lo, acarrete na sua morte”, enquanto assassinavam, torturavam e violavam as mulheres grávidas na ditadura.

Mas não confudimos, a Nova Maioria ainda que agora esteja na oposição, enquanto governou nos negou um direito ao aborto, e a conquista do aborto apenas em 3 casos aprticulares que só correspondem a 3% dos abortos, foi uma política para desviar o movimento nas ruas pelo aborto legal, seguro e gratuito. Além disso, aprofundaram a herança da ditadura militar que para as mulheres significa mais precarização trabalhista, piores pensões e salários mais baixos.

A Frente Ampla que se apresenta como uma alternativa substituiu a luta pelo direito ao aborto nas ruas para negociar a despenalização, por meio de uma aliança com a velha Coalizão Democrática e a direita liberal.

Nós lutamos porque o impacto que teve a maré verde argentina, que em nosso país motorizou a mobilização de dezenas de milhares, se convertiu em milhões nas ruas e em um grande movimento nos lugares de estudo e trabalho para triunfar.

Dentro do feminismo está aberto um debate central. Muitas companheiras que despertam para a política se encontram com ideologias que defendem manter nossas demandas contra a opressão separadas do conjunto das demandas dos explorados e oprimidos. E inclusive alguns setores chegam ao extremo de considerar aos homens como inimigos. São os capitalistas os que querem que lutemos por reivindicações parciais que não questionem este sistema de fundo e estejamos isolados. Os homens trabalhadores e jovens são nossos aliados na luta contra a exploração e a opressão. Nossas inimigas são Hillary Clinton, Ángela Merkel, suas sócias menores como Bachelet e as mulheres empresárias que oprimem e exploram todos os dias a classe trabalhadora como a matriarca Iris Fontbona do grupo Luksic contra o qual se enfrentaram nossas companheiras e companheiros da Ferrovia Antofagasta Bolívia.

Porque temos inimigos deste tamanho, é que a estratégia de criar espaços autônomos é totalmente impotente para lutar contra a opressão. É por isso que o feminismo socialista pelo qual lutamos dentro do movimento de mulheres nos põem na linha de frente do combate por cada luta contra a opressão de gênero, mas ao mesmo tempo batalha para que o movimento de mulheres levante as demandas das mulheres trabalhadoras e seja uma alavanca para revolucionar as estruturas sindicais corporativas e machistas e colocá-las a serviço da luta contra a exploração e a opressão.

Esse é o feminismo socialista pelo qual luta o Pão e Rosas. Te convidamos a formar esta organização junto a Ruth, que se colocou a frente da luta contra os demitidos na Ferrovia; a Joseffe e a Patricia, a Leticia do Brasil e Nathalia da Argentina. Te chamamos a nos organizarmos em cada local de trabalho e estudo e a construir o Pão e Rosas no Chile, como parte de uma poderosa organização internacional.




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