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LGBT | Bancada evangélica quer proibir LGBT na televisão como se fosse ’conteúdo impróprio’

terça-feira 17 de outubro de 2017 | Edição do dia

Foto: Ivan em "A força do querer"/Rede Globo

O deputado Victório Calli (PSC-MT) considera como "conteúdo impróprio" a aparição de Gays, Lésbicas, Trans e Bissexuais, e por isso quer proibi-los de aparecer entre às 6h e as 22h.

Por enquanto, o deputado da bancada evangélica mira as propagandas e anúncios com seu projeto de Lei 8674/2017. Na realidade, o deputado tenta disfarçar sua censura sobre a sexualidade e sobre a construção da identidade como se fosse controle sobre as propagandas. Segundo o texto do projeto, que pode ser acessado aqui:

I - Fica proibido qualquer veiculação de propaganda imprópria em
rede de TV aberta ao publico infantil das 6h da manhã às 22h da noite (NR).

Victório Calli não especificou textualmente o que quer dizer com propaganda imprópria, mas basta dar uma olhada em outros projetos de Lei do Deputado. Em 2014, o deputado propôs uma Lei que se permitisse "criticar" a sexualidade dos LGBT, como se estes já não fosse alvo de crítica diariamente pela sociedade heteronormativa. Naquele momento ele disse que:

“O projeto dá o direito ao pastor, ao padre, ao líder religioso questionar a questão da sexualidade. Hoje, com esse movimento LGBT, eles estão querendo se blindar. Você pode falar mal hoje da presidente Dilma, do deputado, do governador, do prefeito, do vereador, você pode falar mal do padre, do pastor, falar que o tesoureiro da igreja é ladrão, e não acontece nada. Mas, se falar mal de um gay, de um grupo LGBT, é preso. Eles querem isso”

Reacionários como este deputado ou Marco Feliciano, estão tentando impôr sua pauta conservadora, lgbtfóbica e machista, à partir de uma falsa "crítica" ao conteúdo de propagandas ou de novelas da Globo como se estas fossem responsáveis pela "deturpação dos valores da família".

Em recente vídeo, Feliciano disse que a Globo estaria ensinando como "traficar", "trair o marido ou a esposa", etc... assim como também como questionar o gênero e a sexualidade imposta pelos pais e pela Igreja. Veja o video:

O PL não trata de debater o conteúdo das propagandas e anúncios feitos para tirar dinheiro das crianças, visa apenas visa censurar e apagar os LGBT da televisão.

Em sua cruzada pela moral da "família brasileira", que para estes seria hetero-normativa e patriarcal, a bancada evangélica ganha muito dinheiro extorquindo o dízimo dos fiéis e propagandeando novelas e anúncios com seus próprios valores para vender seus próprios produtos em seus próprios canais de televisão, elegendo seus próprios canais de Televisão como a Rede Record, Bandeirantes e outras.

E fazem mais que isso, usam de toda esta estrutura da Igreja, que não paga impostos ao estado, para eleger os seus próprios políticos e assim se beneficiar dos privilégios dados pelo estado. Em outras palavras, proibir a extorsão do dízimo, inclusive de crianças, ninguém quer.

A Rede Globo defende as pessoas LGBT

Com tanto reacionarismo da bancada evangélica, fica até parecendo que Rede Globo de televisão teria algum interesse nos direitos democráticos dos LGBT. Esta emissora que apoiou a ditadura militar no Brasil para receber em troca as concessões de TV, nada tem à ver com os direitos da população LGBT. Afinal de contas, se em uma novela concede a aparição de figuras LGBT, é por pressão de que o debate acerca da sexualidade e do gênero já está instaurado na sociedade.

Os bilionários da família Marinho (três dos 10 mais ricos do Brasil), tem o seu lucro baseado na repressão sexual sofrida pelas pessoas LGBT em seu local de trabalho, e o "empoderamento individual" propagandeado por esta emissora não representa a a maioria da população LGBT deste país que bate recordes de mortes de pessoas trans, além de linchamentos e espancamentos dos LGBT, que por sua vez também sofrem a repressão do próprio estado e sua polícia ou de juízes que querem legalizar a ’cura gay’.

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