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CORRUPÇÃO NAS VACINAS | BOMBA: Governo Bolsonaro pediu propina de U$ 1 a dose, afirma vendedor da Astrazeneca

Representante de vendedora de vacinas afirma que o governo Bolsonaro pediu U$1 de propina por cada dose em reunião de negociação onde estavam presentes um representante do governo, um militar do Exército Brasileiro e um empresário. No total, seriam U$ 400 milhões só em propina. Na época, o Brasil já estava com mais de 250 mil mortos.

terça-feira 29 de junho de 2021 | Edição do dia

DIDA SAMPAIO / ESTADAO CONTEUDO

Luiz Paulo Dominguetti Pereira é representante da empresa Davati Medical Supply e concedeu entrevista à Folha onde afirma que o Ministério da Saúde pediu propina ao negociar compra da AstraZeneca. Se tivessem fechado acordo, o valor final da propina, em reais, seria de R$ 2 bilhões.

O pedido de propina foi feito a Luiz Paulo em um jantar no dia 25 de fevereiro onde estavam três curiosos representantes do governo Bolsonaro: o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, um militar do Exército Brasileiro e também um empresário.

Ainda hoje, o governo Bolsonaro suspendeu o contrato com a Covaxin, após escândalos de corrupção com a vacina indiana.

Segundo Dominguetti, quem cobrou a propina foi Roberto Dias: "Ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não composse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo"

Ainda segundo o representante da vendedora, Roberto Dias teria dito que "se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma".

Com questionamento da Folha, sobre o que seria essa ’forma’, ele disse: "Acrescentar 1 dólar", e continuou: "E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília", ressaltou Dominguetti.

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    O valor ofertado pela empresa Davatti era de U$ 3,5 cada dose de Astrazeneca, em uma negociação de 400 milhões de vacinas. O governo negacionista, por sua vez, queria ganhar U$1 a mais por cada dose. Ou seja, seria U$ 400 milhões só em propina. Se transferimos esse valor, contando o dólar a 5 reais, seriam R$ 2 bilhões embolsados pelo governo em cima da morte de milhares, enquanto ria da "gripezinha".

    Luiz Paulo Dominguetti ​disse que recusou o pedido de propina feito pelo diretor da Saúde. E quando questionado se tinha certeza que era Roberto Dias, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Dominguetti respondeu: "Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo".

    Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o recém nomeado pelos irmãos Miranda como um dos principais atores do superfaturamento com a Covaxin, em investigação pela CPI.

    Lembremos que no dia 25 de fevereiro o país já estava ultrapassando a marca de 250 mil mortos pela COVID-19 no país. Enquanto isso, o governo de Bolsonaro e Mourão, junto de um representante do Exército e um empresário estavam negociando propina em cima das vacinas. Ou, em outras palavras, lucrando com nossas vidas.

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