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LUTA POR MORADIA | Autorizado ação de reintegração de posse contra as comunidades João Pessoa e Nazaré Paulista

sexta-feira 17 de julho de 2015 | 00:35

A todo custo a politica de expansão do aeroporto Leite Lopes cobra cada vez mais a vida de diversos trabalhadores que vivem no entorno, ameaçando 200 famílias. No dia 15 julho a juíza que acompanha o caso expediu oficio para o batalhão choque da Policia Militar cumprir o mandado de reintegração de posse para as comunidade de João Pessoa e Nazaré Paulista, estas famílias não tem aonde ir e muito menos tem uma politica habitação para ampara-las tanto pela prefeitura, ou pelo Estado de São Paulo, ou pelo Governo Federal.

Nestas regiões em torno do aeroporto se somam ao conjunto de reintegrações de posse que ocorrem no Brasil inteiro e recorrentemente com esses mesmos complôs dos governos municipais, estaduais, federal e grandes empresas. Exemplos como Pinheirinho que 10 mil famílias foram retiradas para que as áreas nobres de São José do Campos pudessem expandir e valorizar, exemplos como da aldeia indígena Maracanã, no Rio de Janeiro, que foram expulsos para construção de um estacionamento para Copa do Mundo são exemplos famosos. Estas comunidades, em Ribeirão Preto, sofrem a anos de ações ações de reintegração de posse, exemplos da comunidade da Família, em 2011, que desabrigou 600 trabalhadores, e a comunidade Nelson Mandela, em 2014, que desabrigou 120 famílias. Hoje as comunidades João Pessoa e Nazaré Paulista estão expostas a reintegração de posse.

Entenda o caso

Há mais de 30 anos estes terrenos em que as comunidades se localizam estavam abandonados e servia como local de entulhos de materiais de construção, lixo, desova de animais e cadáveres. Durante estes anos diversas famílias pressionadas pela especulação imobiliária, que fazem com que valores de casas e alugueis aumentem, e falta de politicas de moradia tiveram que ocupar estes terrenos que não cumpriam seu papel social.

Na medida em que a cidade cresceu demograficamente e com o “boom” imobiliário que principalmente se deu em imoveis de alto padrão, basta olhar o crescimento da Av. João Fiuza (avenida com o maior valor imobiliário da cidade). Em 2008, tomando posse a atual prefeita Darcy Vera, filiada ao PSD, começa uma politica de higienização ou de desfavelamento que vem retirando inúmeras famílias em diversos bairros da cidade.

As politicas de financiamento de casas, impulsionado pelo Programa “Minha Casa Minha Vida”, do governo do PT, no período de sua implantação pouco consegue atender o deficit habitacional no Brasil, pelo contrario foi uma politica de financiamento que fez com que diversos trabalhadores contraíssem dividas pelo resto de suas vidas, construções de qualidade duvidosas e construtoras lucrando como nunca.

Com o avanço da crise econômica mundial os mercados imobiliários começam “esfriar” tendo em diversas capitais, e também Ribeirão Preto, o preço de casas e alugueis ligeiras quedas. Pensando na queda de lucros as grandes construturas da cidade de Ribeirão Preto, Stefani Nogueira e San Marino, precisam aumentar sua quantidade de negócios e a expansão do aeroporto uma oportunidade de negócios, sendo estas responsáveis pela construção de um distrito industrial ao redor. O agronegócio junto com o Governo do Estado de São Paulo tem muitos interesses para que o aeroporto sirva para escoar a sua produção de forma mais rápida e barata.

O governo federal para enfrentar a crise corta direitos dos trabalhadores, exemplos das MP 664 e 665, os cortes de 9 bilhões da educação, PPE, cortes na previdência e etc, em contrapartida autoriza shopping para parlamentares e concede 187 bilhões para agronegócio. Também como uma medida para enfrentar a crise e tentar resolver os gargalos logísticos da produção brasileira o governo federal manifesta interesse na expansão do aeroporto. Os gastos serão distribuídos em R$ 178 milhões do Governo Federal, R$ 240 milhões do Governo de São Paulo e R$ 25 milhões do município e os lucros ficaram com as empresas privadas.Para isso esses grupos econômicos junto com a prefeitura tem cada vez mais presa de tirar essas famílias de trabalhadores do redor do aeroporto.




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