No Rio Grande do Sul, o TRE decidiu na última terça-feira (23) que o evento público denominado "Contra o Fascismo. Pela democracia", programado para ocorrer hoje, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), não poderia ser realizado na instituição.
sexta-feira 26 de outubro de 2018 | Edição do dia
O autoritário juiz do TRE destaca que, pelo contexto, é nítido que o ato "se trata de evento político-eleitoral, seja a favor do candidato Fernando Haddad, seja contra o candidato Jair Bolsonaro". A decisão, assinada pelo juiz auxiliar Rômulo Pizzolatti, do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-RS), responde a pedido do deputado federal Jerônimo Goergen (PP) e do deputado federal eleito Marcel van Hattem (Novo).
Essa tropa de juízes do TRE, que respondem ao autoritarismo judicial das altas cortes do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, busca favorecer o candidato preferido do golpismo: Bolsonaro. É grotesca a onda de intervenções em salas de aula, nas assembleias estudantis e operárias, para barrar debates, fichar alunos, funcionários e professores, com o objetivo de "impedir atos políticos na universidade". É escandaloso.
O judiciário vem marcando essas eleições com diversas medidas de manipulação autoritária, que vão desde a prisão arbitrária e sem provas de Lula, sua proibição de dar entrevistas, a liberação ilegal da delação de Palocci ou o cancelamento de quase 3,5 milhões de votos de eleitores. Agora, avançam mais uma vez nas suas medidas autoritárias e de censura à livre expressão, com medidas de proibição de eventos públicos em universidades, proibição de bandeiras e apreensão de panfletos.
Não podemos aceitar que nossas liberdades democráticas sejam restringidas e caladas pelas botas da polícia, sob as ordens de juízes privilegiados que recebem salários de dezenas de milhares de reais, e que ninguém sequer elege.
Frente à escalada repressiva e da censura do judiciário às universidades, entidades estudantis e sindicais, é preciso nos organizarmos politicamente. O Esquerda Diário e o MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) vêm levantando a necessidade de construir comitês de base em todo o país para enfrentar Bolsonaro e a extrema-direita, e parte fundamental de suas tarefas é combater o autoritarismo judicial e não permitir que nossa voz seja calada por essa “ditadura da toga” que vem se expressando em medidas como as que denunciamos aqui.