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REBELIÃO CONTRA O RACISMO POLICIAL NOS EUA | Autoridades norteamericanas tentam reprimir os protestos contra a morte de Freddie Gray

A Guarda Nacional do estado de Maryland, nos Estados Unidos, pediu nesta segunda-feira até 5.000 agentes extras para controlar os protestos violentos em Baltimore, enquanto a polícia estadual solicitou outros 500 homens adicionais para tomar as rédeas da situação.

segunda-feira 27 de abril de 2015 | 22:00

Em entrevista coletiva ao lado do governador de Maryland, Larry Hogan, os responsáveis desses dois corpos das forças de segurança anunciaram esses pedidos de apoio, enquanto o governante assegurou que a mobilização da Guarda Nacional é "o último recurso para restaurar a ordem".

O último balanço policial cifrou em 27 o número de detidos durante os protestos de hoje, além de 15 policiais feridos, sendo que dois deles permanecem no hospital em estado grave.

Vários veículos foram queimados, assim como uma loja e um prédio em construção acabaram incendiados. Os manifestantes também aproveitaram a confusão para saquear muitas lojas da cidade.

O governador republicano, que declarou mais cedo estado de emergência em Baltimore, revelou que conversou com o presidente Barack Obama sobre a situação no município.

Em comunicado, a nova procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, pediu a população para deixar a violência de lado e lembrou que o Departamento de Justiça e o FBI estão realizando uma investigação sobre a morte do jovem negro que desencadeou os protestos.

Um pedido de paz vindo das tentativas de moderar a rebelião contra o racismo estatal que cresce nos Estados depois do assassinato de Mike Brown e Eric Garner, acobertados pelo Estado que absolveu os policiais assassinos.

"Condeno os atos de violência sem sentido que alguns indivíduos estão fazendo em Baltimore e que deixaram agentes feridos, propriedades destroçadas e destruíram a paz na cidade", afirmou.

A prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, declarou um toque de recolher na cidade, que começará a partir das 22h de terça-feira e continuará ao longo de toda a semana.

A origem do protesto é a morte de Freddie Gray, de 25 anos, que sofreu um golpe nas costas enquanto a polícia de Baltimore realizava sua detenção no último dia 12 de abril, criando uma situação perante a qual Gray solicitou assistência médica que nunca lhe foi oferecida.

Uma semana depois, no dia 19 de abril, Gray morreu no hospital por causa da lesão.

Na manhã hoje foi celebrado em Baltimore o funeral do jovem, que foi acompanhado por milhares de pessoas e transcorreu de forma pacífica, mas no final da cerimônia se desencadearam protestos violentos que se expandiram por grande parte da cidade.

Este novo caso voltou a reabrir as feridas entre a comunidade afro-americana, que, após a morte de Michael Brown em Ferguson (Missouri) em agosto do ano passado, denuncia que existe um notório uso desproporcional de força por parte dos agentes policiais em relação à população negra.

Esquerda Diário/EFE




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