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GREVE DOS PROFESSORES EM SANTO ANDRÉ | Aulas públicas e amplo apoio dos estudantes marcam a segunda semana de greve

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

sábado 28 de março de 2015 | 00:07

A segunda semana de greve dos professores no ABC foi preenchida por atos nas cidades e um profundo apoio e solidariedade da população frente às demandas dos professores. Em Mauá a semana terminou com a ocupação da Diretoria de Ensino pelos professores, depois de uma assembleia em pleno centro da cidade. 200 professores marcharam em São Bernardo do Campo e em Ribeirão Pires, os professores ocuparam as ruas da cidade exigindo a melhoria da escola pública.

Em Santo André, a semana foi construída com atos públicos em frente às escolas centrais. Logo no início da semana o Comando de Greve impulsionou uma aula pública na frente do Américo Brasiliense, os professores explicaram os motivos da greve chamando uma maior adesão à paralisação e convocaram os alunos a apoiarem a luta. A resposta dos estudantes foi imediata, muitos se recusaram a entrar na escola e gritaram alto: "hoje são eles, amanhã seremos nós! Professor e estudante nossa luta é uma só!"

Nos outros dias as aulas públicas ocuparam as entradas do Galeão, Calvitti e outras escolas, onde pudemos ver o amplo apoio dos alunos que entendem que a luta dos professores deve ser tomada por toda a sociedade. No Galeão, os alunos do ensino médio fizeram um abaixo assinado atestando que não aceitariam aula de professor substituto dos grevistas.

Para fechar a semana o Comando de Greve se incorporou à assembleia dos estudantes da Fundação Santo André em luta contra o fechamento das licenciaturas. A atividade foi parte do dia de luta nacional pela educação e mostrou que o ataque a qualidade de ensino também está nas universidades. Eu pude falar pelo comando de greve onde denunciei o corte de bilhões de reais por parte do governo federal para a educação, que se expressa nos cortes de bolsas estudantis e muita dificuldade dos alunos carente de garantir a inscrição no FIES e a recusa do governo em a atender nossas reivindicações.

As batalhas dos próximos dias de luta

Vamos seguir exigindo que o governo negocie nosso salário, já que nos últimos dias foram diversas as declarações afirmando que não irão negociar. Além disso mentem dizendo que pagarão o bônus mais alto dos últimos anos, já que buscam por essa via implementar a avaliação por mérito com uma prova chamada SARESP, que não tem nenhum compromisso com a aprendizagem dos alunos é que nada agrega a sua formação.

Se o governador pode, como ele diz, pagar um bônus tão alto, que o salário de todos os professores seja reajustado imediatamente e esse 1 bilhão gasto com bônus torne-se parte do salário docente e que seja para todos. Além disso, o governador segue disseminando a divisão da categoria dizendo que colocará os 35 mil categoria O, se for necessário, para cobrir as aulas dos grevistas. O governo demite para depois barganhar, apostando na divisão dos professores!

Para a próxima semana, os professores terão que seguir na tarefa de massificar a greve, convencendo os setores mais precários da categoria, que a única forma de garantir o emprego de todos e condições dignas de trabalho é engrossando o caldo da greve para que o governo pague por suas mentiras e pela humilhação que quer fazer os professores passarem com a constante




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