Na última quinta, 3 de março, a atriz Adèle Haenel (Retrato de uma Jovem em Chamas - 2019), vencedora de diversos César e conhecida por seu ativismo feminista e LGBT, enviou carta em apoio ao ferroviário trotskista Anasse Kazib que vem sendo alvo de diversos ataques xenófobos da extrema-direita francesa e da repressão política à sua pré-candidatura à presidência.
Adèle se tornou internacionalmente conhecida por sua atuação no filme Retrato de uma Jove em Chamas (2019). A atriz de 33 anos se retirou da cerimônia do César de 2020 devido à entrega de prêmio honorário a Polanski, sobre o qual recai acusação de estupro.
Nesta quinta, 3 de março, no encontro de encerramento de campanha de Anasse Kazib (em frente à delegacia de polícia que acusa Anasse por "ter feito manifestação em via pública sem autorização"), Sandra Lucbert leu a carta da atriz em apoio a Anasse e sua organização, Révolution Permanente:
"Boa tarde,
Infelizmente eu não poderei estar aí hoje. Eu espero que vocês tenham o máximo de apoio.
O assédio e a invisibilização que a campanha de Anasse Kazib está sofrendo é intolerável. Há um ano eu não me definiria como anti-capitalista. Mas graças ao trabalho dos militantes do Révolution Permanente e de Anasse, as ideias realmente entraram na minha cabeça e também no meu coração. Agora me parece óbvio que nenhuma emancipação é possível dentro da estrutura do capitalismo e que outro sistema deve ser posto em prática. Vocês têm uma visão tão repleta de esperança e de inteligência. Estou 100% do lado de vocês. A França teria hoje um rosto diferente se as propostas políticas do Revolução Permanente e a inteligência sensível de Anasse tivessem recebido tanta atenção da mídia quanto às propostas da extrema direita. Nós não estaríamos aqui, porque o que vocês dizem é poderoso e contagioso.
Obrigada por nos tornar coletivamente mais inteligentes.
Francamente, vocês são a esperança deste mundo.
Amigavelmente,
Adèle."
Saiba mais: Quem é Anasse Kazib?
Anasse Kazib é filho de imigrante, vindo dos bairros populares das cidades periféricas de Paris. Militante revolucionário, esteve junto à sua organização, Révolution Permanente (seção francesa da mesma organização internacional à qual pertence o Movimento Revolucionário de Trabalhadores, no Brasil), em uma campanha militante por toda a França
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