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RIO DE JANEIRO | Ato dos servidores públicos federais no centro do Rio contra o ajuste fiscal

A manifestação começou por volta das três horas na Cinelândia e se dirigiu até o Tribunal Regional do Trabalho. Mais de 100 servidores, entre eles auditores fiscais, fiscais do trabalho, trabalhadores dos tribunais de justiça, professores federais, servidores das universidades federais, trabalhadores da Fiocruz e estudantes.

quinta-feira 24 de setembro de 2015 | 00:30

Representantes das entidades sindicais destas categorias falaram no carro de som, denunciando para a população os cortes nos serviços públicos e a intransigência do governo que não negocia com os servidores públicos em greve, mas pelo contrário, anuncia mais cortes e suspensão dos concursos públicos. Representantes do ANDES-SN (docentes) e FASUBRA (técnicos administrativos), em greve há mais de 110 dias, denunciaram a nova medida do governo que retira o abono de aposentadoria e congela os salários até agosto de 2016. Junto com este pacote, o governo pretende suspender os concursos até pelo menos 2017.

Os resultados desta nova medida devem abrir uma crise nos serviços públicos. Só na UFRJ, o contingente que recebe o abono de aposentadoria chega a ser mais de 3 mil servidores, quase 40% do quadro efetivo de trabalhadores, e mais 670 professores. O abono é uma medida que normalmente o governo usa para diminuir gastos: ele paga um bônus a um servidor que já poderia se aposentar para continuar prestando aquele serviço, e este servidor também não precisa mais contribuir com a previdência, e desta forma o estado economiza por não pagar ao mesmo tempo a aposentadoria daquele servidor e o salário de que o substituiria. A não congelar os concursos e cortar o abono, o que deve acontecer é que estes servidores que já recebem o abono irão se aposentar, continuar trabalhado significaria não receber nenhum bônus e ainda diminuir seu salário com contribuição para a previdência. O cálculo na UFRJ é que em 2 anos, o número de servidores que poderiam receber o abono chegará à cinco mil, isso significa metade do quadro efetivo da universidade.

Com estas medidas o governo Dilma ataca ferozmente os servidores e os serviços públicos, “ajustando” o país segundo as metas de dos grandes banqueiros e do capital internacional. O que deve-se esperar é uma crise institucional nas universidades, com falta de pessoal e precarização do trabalho dos servidores, que irão acumular trabalho já que sem concursos, não haverá reposição.

O movimento de greve nacional dos servidores se encaminha para os 110 dias, e muita coisa está sendo discutida nas categorias. Algumas categorias já saíram de greve, como os professores da UFRJ e UNIRIO, associações filiadas ao ANDES-SN, algumas sinalizam a possibilidade de aceitar o acordo sem praticamente nenhum reajuste, empurrado goela abaixo pelo MPOG (Ministério do Planejamento) e possibilidade de saída da greve. Mesmo com o desgaste dos servidores contra um governo que não negocia, mas que a cada mês aumenta mais ainda o tamanho do corte para “fechar a conta” do ajuste fiscal, o quadro de sucateamento proporcionado por estes cortes deve ser catalisador de várias crises nas universidades e instituições públicas.




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