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21 DIAS CONTRA O RACISMO | Ato de encerramento da Jornada de 21 dias Contra o Racismo exige justiça para João Vitor

quarta-feira 22 de março de 2017 | Edição do dia

Ontem, dia 21 de março, dia pelo qual é lembrado o massacre de Sharpeville na África do Sul, foi organizado um ato em memória aos que caíram e lutaram 57 anos atrás contra o apartheid. O ato, em frente à escadaria do Teatro Municipal, o mesmo local de fundação do Movimento Negro Unificado foi a conclusão de uma jornada de 21 dias de combate ao racismo, uma iniciativa impulsionada por algumas entidades, setores da esquerda e do movimento negro. Estiveram presentes o coletivo “Quilombo Raça e Classe”, membros da Secretaria de Negras e Negros do SINTUSP, e da Secretaria de Negros do Metrô-SP. Apesar dos insistentes chamados feitos pelos setores que convocaram este ato, setores do movimento negro primaram pela divisão, preservando seus próprios interesses e, ao contrário de impulsionar uma ação unificada que poderia ter tido uma transcendência ainda maior, de maneira inexplicável não se somaram a este ato, entre eles o ex-candidato a vereador de São Paulo pelo PSOL, Douglas Belchior.

Lourival Aguiar, membro da Secretaria de Negros do Metrô-SP afirmou em sua fala se tratar também de um dia de combate à votação da expansão da terceirização, realizada pelo Democratas, partido golpista de Rodrigo Maia que, justamente no dia Internacional de Combate ao Racismo, busca estender a semi-escravidão à milhões de negros em nosso país, impondo a eles trabalho precário, piores postos de trabalho e piores salários. Aguiar remarcou que os anos de governo federal do PT aprofundara, o processo de terceirização, aumentando de 4 para 12 milhões de trabalhadores terceirizados no Brasil, e que nós do MRT nos orgulhamos de defender há anos a imediata efetivação de todos os trabalhadores terceirizados, assim como a equiparação salarial entre brancos e negros, homens e mulheres como parte de unir as fileiras da classe trabalhadora e derrotar a burguesia. Marcello Pablito, da Secretaria de Negras e Negros do SINTUSP afirmou que o ato também se colocava em defesa dos imigrantes haitianos no Brasil, pela retirada imediata das tropas do Haiti e afirmou a necessidade das centrais sindicais pararem de fazer corpo mole e organizarem um plano de lutas para barrar a Reforma da Previdência e os ataques golpistas que Temer vem realizando junto desde começo. Odete Cristina, integrante da Juventude Faísca, denunciou o extermínio da juventude negra, massacrada nas favelas pelo polícia, assim como a redução da maioridade penal, o elitismo das universidades, e também defendeu a implementação de cotas raciais.

Veja o vídeo de Aguiar no ato:

Em outras falas, o prefeito de São Paulo, João Dória, herdeiro de uma família escravocrata, foi denunciado por atacar brutalmente a cultura negra através de seu programa “Cidade Limpa”, apagando os graffitis, perseguindo a arte de rua. Alguns integrantes do movimento “Quilombo Raça e Classe” também denunciaram o racismo. O ato se encerrou em frente ao Habib´s da Praça da República, marcando o repúdio ao brutal assassinato de João Victor, 13, com algumas intervenções denunciando como a sede de lucro do capitalismo e o racismo assassinam a juventude pobre e negra.

Aguiar, ao final, afirmou que vamos exigir justiça para João Victor e o ato terminou com todos gritando “Racistas! Não passarão!”.




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