domingo 3 de julho de 2016 | Edição do dia
Pelo menos 91 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em dois ataques a bomba em Bagdá, capital do Iraque, na manhã de hoje. No ataque mais letal, um carro explodiu em Karada, um distrito comercial no centro de Bagdá, matando 86 pessoas e ferindo outras 160.
O Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado, em comunicado assinado e divulgado nas redes sociais, no qual garantiu que o alvo eram os xiitas. O EI considera os xiitas, grupo islâmico majoritário no Iraque, hereges e frequentemente os visa como alvo de suas ações.
O último ataque de envergadura do EI havia ocorrido em 17 de maio, quando um atentado duplo deixou 50 mortos e mais de 100 feridos.
Horas depois da explosão, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, visitou o local do atentado. Um vídeo mostra uma multidão enfurecida, com as pessoas chamando Abadi de "ladrão" e gritando em direção ao seu comboio.
No segundo ataque, uma bomba improvisada explodiu no leste da capital iraquiana, deixando cinco mortos e 16 feridos. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.
Os atentados ocorreram cerca de uma semana após forças iraquianas declararem a cidade de Fallujah livre do EI. Na semana passada, o Pentágono anunciou a morte de dois chefes do Estado Islâmico após um ataque da coalizão internacional próximo a Mosul, no Iraque.
Este novo atentado ocorre dias depois da ação reivindicada pelo Estado Islâmico na Turquia, o atentado é o mais mortal a atingir a maior cidade turca desde 2003 e o quinto em um ano. Estes ataques acontecem num momento de debilidade da facção sunita, em que as posições do Estado Islâmico no Iraque e na Síria estão sendo alvejadas pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, com a retomadas das cidades estratégicas de Ramadi e Fallujah.
A ação em Fallujah abre caminho para retomar a cidade de Mosul, considerada a capital do Estado Islâmico no Iraque.
Caso o Estado Islâmico (ISIS) tenha sido de fato responsável pelo atentado ao aeroporto de Istambul, na terça-feira, e deste em Bagdá, terá dado assim novos indícios de que hoje se dedica mais a ataques de grande magnitude do que à administração de territórios, uma de suas principais diferenças com a Al-Qaeda.
Temas