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REFORMA CURRICULAR DO CEE | Assembleia lotada na Letras USP: podemos barrar a reforma curricular

Assembleia lotada demonstra disposição de luta dos estudantes de Letras para barrar a reforma curricular

Mariana DuarteEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 25 de agosto de 2017 | Edição do dia

Na última quarta-feira (23), estudantes do curso de Letras da USP se reuniram em uma assembleia com cerca de 400 estudantes para debater o mais novo ataque à educação pública: uma reforma curricular, imposta pelo Conselho Estadual de Educação, que visa retirar do currículo uma série de disciplinas de cunho reflexivo, em troca de matérias tecnicistas, que em nada acrescentam ao papel do professor.
Frente à profundidade do ataque, o centro acadêmico da faculdade de educação (CAPPF) tem travado uma dura batalha contra a implementação da reforma, chamando todos os cursos de licenciatura que também serão afetados a se incorporarem às atividades de paralisação da FEUSP que ocorrerão ao longo do dia de hoje.

A assembleia da Letras da quarta-feira foi convocada para pautar o chamado à paralisação realizado pelo cappf, porém, mesmo com a expressiva demonstração de forças e disposição de luta por parte dos estudantes, o centro acadêmico do curso (CAELL) e setores do diretório central dos estudantes (DCE) se colocaram contra a paralisação.

Com argumentos de que o curso ficaria isolado (mesmo após a deliberação de paralisar tirada pela pedagogia e pelas artes cênicas), as entidades representativas dos estudantes, que deveriam estar na linha de frente da defesa de nossos direitos, se posicionaram contrárias ao primeiro importante passo da mobilização estudantil contra a reforma. Mesmo conseguindo reunir centenas de estudantes para refletir a pauta, optaram por retroceder nesse importante dia, deixando tanto o curso de pedagogia quanto de artes cênicas, isolados. Poderíamos, com a moral de 400 estudantes, servir de ponto de apoio a todos os cursos de licenciatura, chegando a cada vez mais estudantes, e deixando claro tanto para a reitoria quanto para o CEE que não vamos aceitar uma educação tecnicista e censurada, que em nada acrescenta ao aluno ou ao professor.

Apesar do recuo por parte do centro acadêmico, composto por setores do PT (Balaio) e do Levante Popular da Juventude, acreditamos que a força e disposição de todos os estudantes que estão foram a essa assembleia e aprovaram por unanimidade uma nova data de paralisação é um importantíssimo ponto de apoio para construirmos uma forte luta capaz de barrar esse ataque tão absurdo. Exigimos que nosso centro acadêmico e o DCE cumpram sua função como entidade representativa dos estudantes com a responsabilidade de defender nossos direitos que construam a mobilização contra a reforma, para que possamos avançar para uma paralisação do curso que sirva como forma de envolver cada vez mais estudantes, avançando cada vez mais contra qualquer tipo de medida reacionária frente a educação pública.

Para isso, convocar uma assembleia somente não basta. É preciso que construam de fato espaços que ajudem a difundir informações a respeito dessa reforma curricular. Os estudantes precisam saber do que se trata, para se aprofundar, questionar, debater, criar posições políticas. Sem isso, as assembleias são uma mera formalidade.

Não vamos permitir que os governos precarizem ainda mais as nossas vidas e a nossa educação!

Confira abaixo as atividades programadas para a paralisação dessa sexta, na Faculdade de Educação:




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