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ARTES VISUAIS | As "trouxas ensanguentadas" de Artur Barrio

Breve apresentação da obra/proposta/situação "Trouxas Ensanguentadas" do artista plástico luso-brasileiro Artur Barrio.

Fábio NunesVale do Paraíba

segunda-feira 21 de novembro de 2016 | Edição do dia

As “Trouxas Ensanguentadas” (T.E) do artista plástico luso-brasileiro Artur Barrio (1945) se tornaram um marco na produção artística contemporânea e na luta contra a ditadura militar burguesa instalada no Brasil em 1964. Eram trouxas de pano, preenchidas com carne, osso, sangue, comida, cabelo, unha, fezes, borracha, plástico, urina etc.

As T.E foram apresentadas pela primeira vez no Salão da Bússola, organizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), em 1969. Depois foram abandonadas em ruas do Rio de Janeiro. Barrio repetiu as T.E. uma terceira vez, dentro da exposição coletiva "Do Corpo à Terra", realizada em Belo Horizonte, entre 17 e 21 de abril de 1970. Barrio lançou 14 "trouxas ensanguentadas" no rio Arrudas, na região central da capital mineira.

As T.E denunciavam o terror ditatorial, o "desovamento" de corpos assassinados pelo "Esquadrão da Morte". Cada "trouxa" significava um corpo torturado e morto pela ditadura. Corpos que flutuavam sem ninguém ver. Corpos lançados na avenida principal. O escândalo e o choque serviam para rasgar o véu imposto pela censura. Barrio explicitava o terror à luz do dia. A morte ocultada pelos grandes meios de comunicação apareciam em metáfora ensanguentada.




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