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DEMAGOGIA | As 6 maiores mentiras no discurso de Bolsonaro na ONU

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em seu discurso por vídeo na abertura da 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), uma série de absurdos que não resistem a uma rápida confrontação com os fatos. Confira aqui uma lista de informações falsas e distorcidas veiculadas na sua fala.

terça-feira 22 de setembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Bolsonaro em manifestação no dia 19 de abril. (Sergio Lima/AFP)

“Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente 1000 dólares”

Considerando a atual cotação da moeda americana de R$ 5,44, as cinco parcelas de 600 reais somadas ficam no patamar de 550 dólares. E mesmo se considerarmos a sexta parcela de 300 reais, o valor total fica na faixa de 600 dólares.

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“Assistiu a mais de 200 mil famílias indígenas com produtos alimentícios e prevenção à COVID;”

Pelo contrário, Bolsonaro vetou em julho projeto que previa a garantia de água potável, distribuição de materiais de higiene, oferta emergencial de leitos, ventiladores e máquinas de oxigenação, liberação de verba emergencial para a saúde desses povos, internet, cestas básicas, e facilitação no auxílio emergencial.

Além, disso a Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde nas Américas, alertou há alguns meses para a situação dos povos indígenas, em especial na bacia amazônica no Brasil. Segundo os dados da organização, essa região possui incidência cinco vezes maior do que no restante do país, o que sem dúvida demonstra a consequência da política que o governo Bolsonaro tem adotado durante a pandemia e para sua já conhecida relação com o agronegócio. A letalidade da covid-19 entre índios Xavantes, por exemplo, é 160% maior que a média nacional.

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“Estimulou, ouvindo profissionais de saúde, o tratamento precoce da doença”

Devido à negligência do governo Bolsonaro, o Brasil é um dos países com mais mortes de profissionais de saúde por COVID-19 no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o país responde por quase 54% dos profissionais de saúde infectados pela covid-19 nas Américas. Além disso, a OMS registra 2.500 mortes de profissionais de saúde no continente, sendo 289 no Brasil (11,6%).

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“As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição”

Uma nota técnica divulgada em agosto pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), órgão que estuda a região há 25 anos, mostra que a concentração de focos de incêndio na Amazônia não acontece em áreas já desmatadas da região. Segundo o levantamento, que foi realizado a partir de dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 30% do fogo registrado na Amazônia em 2019 foi incêndio florestal, ou seja, em área protegida. Outros 34% estão relacionados a desmatamentos recentes.
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“Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas.”

De acordo com resultados de perícia em cinco áreas da região do Pantanal, ao sul do estado, divulgada pelo governo do Mato Grosso em nota, há danos provocados pela ação humana de forma intencional.
Segundo o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN) – região de Barão de Melgaço, o incêndio na região ao sul do Pantanal mato-grossense ocorreu com o intuito de queimar a vegetação para criação de área de pasto para o gado.
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“Não faltaram, nos hospitais, os meios para atender aos pacientes de COVID”

O que mais se teve notícia durante a pandemia foi a superlotação nos hospitais da rede pública de saúde. Nas periferias, os leitos de UTI não chegavam a 10% da capacidade mínima do país (1 para cada 10 mil habitantes). Apesar da média recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) ser de 1 leito de UTI para cada 10 mil habitantes, 17 dos 27 estados brasileiros nem se aproximavam desse patamar, segundo dados do Conselho Federal de Medicina, e no caso de uma pandemia como a do Coronavírus esse número não foi capaz de suprir as necessidades da população para o tratamento da doença.

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