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ARGENTINA | Argentina: o suposto “progressismo” aprova o pagamento da dívida ao FMI deixada por Macri

segunda-feira 3 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Na quarta-feira, dia 29, finalmente a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou o projeto de “Restauração da Sustentabilidade da Dívida Pública Estrangeira”, que havia apresentado o Governo de Alberto Fernández na busca de conseguir maior apoio do regime político para encarar a renegociação da fraudulenta, ilegal e ilegítima dívida pública com os credores privados e os organismos internacionais.

Os 224 votos a favor do projeto governista foram dados pelos deputados e deputadas do governismo (Frente de Todos), da coalizão do ex-presidente Mauricio Macri (Juntos por el Cambio) e demais blocos de partidos tradicionais. Os únicos votos contrários foram os de Nicolás del Caño (Partido de los Trabalhadores Socialista) e Romina del Plá (Partido Obrero) da Frente de Izquierda de los Trabajadores - Unidad. Também houve uma abstenção e 29 ausências.

O acordo entre o Governo de Alberto Fernández e a oposição do Juntos por el Cambio (responsáveis diretos pelo enorme endividamento dos últimos quatro anos, sob a presidência de Maurício Macri), foi obtido em negociações realizadas nas horas anteriores à sessão.

Intervenção de Nicolás del Caño, deputado do PTS - organização irmã do MRT.

Na última segunda-feira a Frente de Izquierda - Unidad publicou sua posição sobre o que finalmente ocorreria no parlamento, com uma declaração intitulada “Rechaçamos o projeto para pagar a dívida”, onde se manifestava que o projeto governista “é um cheque em branco com o qual o governo de Alberto Fernández pretende proceder a uma reestruturação da dívida”. Além de denunciar que o macrismo junto aos outros blocos dos partidos patronais se dispõem a garantir a aprovação e que “o acordo ao que se chegará com os credores não será debatido e nem aprovado pelo Congresso”, a declaração afirma que “o governo se atribui o poder de modificar o pressuposto para cumprir os acordos que se cheguem” e que se “ratificam os tribunais estrangeiros para dirimir as controvérsias que surjam”.

Essas considerações foram manifestadas na mesma sessão pelo deputado Nicolás del Caño, que denunciou: “muitos dos que hoje estão no governo questionavam a dívida por ilegítima e ilegal” mas, agora votam a favor dos fundos abutres e especuladores.

Fez o mesmo a deputada Romina del Plá, quem manifestou que o que se votava não era “nem um mandato nem a recuperação da soberania, mas uma nova submissão nacional ao fundo”.

Passadas as 18 horas, quando no recinto se passou a discutir as modificações nos seus pormenores ao projeto governista, a Frente de Izquierda - Unidad realizou um ato nos arredores do Congresso , onde voltou a manifestar o repúdio a este novo projeto de entrega dos recursos nacionais em favor dos abutres e especuladores internacionais e em prejuízo das maiorias populares, dos aposentados e aposentadas e da classe trabalhadora.




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