×

É a cultura patriarcal. É o Estado capitalista. É porque assim nos educaram. É porque este governo e o anterior não criaram leis nem destinam verbas aos programas que atendem a questão da violência machista. É ou não é?

Andrea D’Atri@andreadatri

quarta-feira 1º de junho de 2016 | Edição do dia

Nos dizem que o problema do machismo é cultural

Para não dizer que o governo nacional é responsável ao destinar baixos recursos, impor cortes de verbas, despedindo trabalhadoras e trabalhadores ou desmontando os programas de atenção à saúde reprodutiva, de educação sexual, de violência contra as mulheres. Para não dizer que o mesmo aconteceu com o governo anterior, com os governos provinciais de diferentes seguimentos políticos. Para não dizer que a justiça também legitima esse machismo. Que o sustenta também na igreja com seu discurso reacionário. Ou seja, que o Estado capitalista, com seu regime e suas instituições políticas são responsáveis.

Nos dizem que o problema do machismo é do Estado

Para não dizer que não vão implementar as leis que ocasionalmente possam ser votadas no Congresso, nem que existam mais abrigos para as vítimas de violência ou que o aborto seja legalizado. Que esses são direitos pelos quais vamos seguir lutando, mas são apenas paliativos. E que, portanto, a tarefa é ainda maior e para isso é necessário construir uma força organizada de centenas de milhares de mulheres, dispostas ao combate pela nossa emancipação, por todos nossos direitos, por todas as nossas liberdades, ou seja, por uma sociedade liberta da opressão e da exploração.

Você pode se interessar: onde marchar por #NiUnaMenos

Nós dizemos que o problema é cultural. É milenar. É estrutural nas sociedades de classe, que são patriarcais, desde a Grécia Antiga até nossos dias. Nós dizemos também que o Estado capitalista legitima, reproduz, sustenta e justifica a violência contra as mulheres. Por isso, para mudar a vida, é necessário mudar pela raiz esse regime social podre, que só nos oferece mais injustiças, humilhações e miséria.
Marchemos juntas em 3 de junho, para gritar novamente "¡Ni Una Menos!" (Nenhuma a menos), junto a centenas de milhares de pessoas em todo o país. Mas antes e depois da marcha, sigamos juntas construindo um movimento de mulheres na Argentina e outros países da América Latina, que luta pelo socialismo, pelo pão e pelas rosas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias