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CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO | Apresentador do SBT quer campos de concentração para contaminados em nome de salvar lucros

O apresentador bolsonarista “Marcos Povão”, do programa “Primeiro Impacto” da SBT de Sílvio Santos, sugeriu em rede nacional uma grotesca proposta de que contaminados por coronavírus fossem isolados em campos de concentração, para garantir o funcionamento normal do comércio, da economia.

quarta-feira 8 de abril de 2020 | Edição do dia

Os campos de concentração remetem à política implementada pelo nazismo de Hitler, que condenava a trabalhos forçados, torturas e execuções judeus, comunistas, LGBTs, como parte de uma política higienista que resultou em incontáveis cadáveres.

Veja o vídeo:

O apresentador quis propor uma “alternativa” ao isolamento social, preocupado com salvar os lucros capitalistas mantendo a exploração cotidiana do trabalho em vigor, enquanto sequer se garantem testes massivos para saber o verdadeiro grau de contaminação que estamos vivendo.

“Não seria interessante pegar, por exemplo, montar um campo de concentração, com equipamentos sofisticados, com os melhores profissionais e colocar essas pessoas com problemas e sintomas… E acaba também de ter que espalhar dinheiro pros estados. Esse negócio de vários governadores que nem sequer um caso foi comprovado e o estado decretou calamidade. O estado tem necessidade de decretar calamidade? Não tem!”, afirmou.

Combinado com isso, o apresentador defendeu que Bolsonaro endurecesse contra os governadores, intensificando o uso das forças militares para garantir a abertura dos comércios e conter os ânimos nas ruas.

“O senhor [Jair Bolsonaro] é o presidente da República, dá um decreto, põe o exército nas ruas, e aí o governador que descumprir… cana. Monta um campo, um local adequado e trata as pessoas lá. Os comércios abre e funcionam tudo normalmente, para não ter esse negócio de espalhar dinheiro e todo mundo estar vivendo desse jeito”, continuou.

Por fim, ele voltou a enfatizar a sugestão: “É uma ideia que eu tô dando, a população pode concordar ou não concordar, o Presidente pode acatar ou não acatar. Eu acho que vai voltar a tudo ao normal, ‘vamo’ voltar todo mundo a trabalhar, a vida vai seguir. É uma ideia, fica a dica!”.

Mostra até aonde vai a imaginação sádica dos representantes dos interesses capitalistas no país, disposta a uma política extrema e higienista, em nome de preservar suas riquezas, enquanto os ricos e patrões podem se tratar nos seus palácios, com abundância de alimentos, testes e tratamento especializado.

São declarações comparáveis aos de setores do empresariado nacional, como do dono do Madero e do Véio da Havan, que disseram preferir ver dezenas de milhares de mortos do que os comércios fechando, seus lucros caindo, chantageando com isso o emprego dos trabalhadores.

Declarações como essa devem ser veementemente repudiadas, pois expressam que não dá mais para os capitalistas estarem decidindo como lidar com o coronavírus. Seus representantes estão dispostos a tudo, mas nada que seja de fato para garantir a vida e o emprego dos trabalhadores. Não proíbem as demissões, burocratizam ao máximo o pagamento de um mísero auxílio de R$ 600, enquanto pros bancos, R$ 1,2 trilhão são aplicados com uma canetada.

Se os trabalhadores não tomarem o controle da situação, ficaremos a mercê desses sádicos e mesquinhos donos da economia. É urgente que os trabalhadores se organizem em cada local para garantir que os setores não essenciais e grupos de riscos parem de trabalhar com remuneração e empregos garantidos, mas também para que controlem a reconversão produção em locais, como por exemplo, nas montadoras, para a produção urgente de respiradores. Se isso ocorre, produzindo máscaras, EPIs, alimentos e outros víveres necessários, os trabalhadores poderão salvar muito mais vidas que os capitalistas e seus governos estão dispostos.




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