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JUDICIÁRIO | Após sentença do Carandiru, desembargador ataca defensores de direitos humanos

Dois dias após votar pela absolvição dos 74 policiais militares acusados pelo massacre do Carandiru, em 1992, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, trocou ofensas com usuários da rede social Facebook que questionaram sua atitude. O desembargador, ex-presidente do TJ, votou pela absolvição dos PMs, mas seus colegas optaram por anular os cinco júris populares que condenaram os policiais.

quinta-feira 29 de setembro de 2016 | Edição do dia

As ofensas foram publicadas em um post da página de Sartori que mostrava um vídeo do filho do desembargador, Guilherme Sartori, candidato a vereador pelo PHS na capital. No vídeo, o rapaz, estudante de Direito, discursava sobre segurança pública. O vídeo foi publicado no dia 24, três dias antes da decisão.

"Vc é uma infeliz que não sabe o que diz. Mais uma incauta dos ativistas do pseudo-direitos humanos. Leia o voto (decisão) e depois dê sua opinião da sua cabeça", escreveu a página do desembargador, rebatendo uma usuária da rede.

"Outro infeliz, cooptado pelos pseudo defensores dos direitos humanos. Vai ler o processo e depois dê sua opinião consciente!" disse a página, rebatendo outro comentário.

Usuários do Facebook também postaram um meme sobre o massacre na página. A imagem mostra uma pilha de corpos ensaguentados, das vítimas do massacre. Abaixo, uma frase questiona: "Faltou convicção, Tribunal de Justiça de São Paulo?".

Como denunciamos nesta edição mais cedo, esse mesmo juiz mandou para a cadeia homem acusado de furtar cinco salames de um supermercado. A falsa neutralidade do Judiciário demonstra bastante convicção quando se trata de julgar e punir os mais pobres e explorados, mas essa mesma convicção falha em defesa da classe dos banqueiros e empresários e da polícia racista ligada a ela. Não esqueceremos o massacre do Carandiru e o caráter classista e racista do Judiciário!




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