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Após atravancar divulgação dos resultados eleitorais, Barroso minimiza problemas e se parabeniza por controle judicial das eleições

Falando a repórteres nessa segunda feira (24) o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso voltou a minimizar o atraso histórico na apuração e divulgação dos resultados das eleições municipais desse ano.

quarta-feira 25 de novembro de 2020 | Edição do dia

(Foto: Nelson Jr. / SCO / STF)

Na ocasião, Barroso declarou que “Conseguimos fazer uma eleição, conseguimos que o plano de segurança fosse observado e que não houvesse disseminação da doença, conseguirmos uma abstenção bem baixa, de 23%, conseguimos controlar as fake news, divulgar o resultado no mesmo dia, e as pessoas só falam que teve um problema operacional no computador e atrasou duas horas e cinquenta minutos. Portanto, a gente precisa se libertar de uma visão negativa e celebrar as coisas boas”. Essa fala do ministro é mais uma mudança de versão sobre o curso dos acontecimentos, após o próprio ministro, no dia, recusar-se a garantir que os resultados seriam divulgados no dia, mostrando que não tinha qualquer controle ou conhecimento sobre a situação.

Barroso comentou, ainda, sobre o “autoritarismo”, e citou como “exemplo contemporâneo” as chamadas “milícias digitais”, em uma indireta nada sutil a Jair Bolsonaro, e seu exército de bots e redes de fake News que empesteiam as redes sociais. Barroso tenta - com uma hipocrisia sem igual, vindo de um dos arquitetos e executores do Golpe Institucional de 2016 – diferenciar-se de Bolsonaro, posando de “defensor das instituições”. Em sua fala, fez alusão, ainda a “um esforço de desacreditar o processo eleitoral” e da atuação das milícias digitas para “destruir as instituições e golpeá-las, criando um ambiente propício para a desdemocratização.” Novamente, vindo de um lavajatista convicto e golpista de carteirinha, esse discurso faz rir. Enquanto forçam a barra em disputas com Bolsonaro, negociando nas alturas a partilha do regime e a liderança política da obra do golpe de 2016 – agora em uma correlação de forças bastante favorável, após eleições marcadas pelo fortalecimento do chamado “Centrão” e das forças que conformam o antidemocrático e golpista bonapartismo institucional – figuras como Barroso (tal como Rodrigo Maia, Alcolubre, e tantos outros) não representam de maneira nenhuma uma defesa das “instituições” e muito menos da “democracia”. Muito pelo contrário, foram ponta de lança da degeneração autoritária do regime, que levou Bolsonaro ao poder, e ataca diariamente os direitos e as condições de trabalho e vida de classe trabalhadora.

Não há real oposição entre os poderes que encabeçam o bonapartismo institucional e Bolsonaro, no máximo, ambos disputam a liderança de um empreendimento que é, seja quem o lidere, antioperário e antipopular. É por essa razão que, frente à hipocrisia golpista de Barroso, opomos o mesmo ódio de classe e a mesma convicção de luta que opomos a Bolsonaro. Por sabermos que o único caminho para a classe trabalhadora não passa pelos autoritários de toga eleitos por ninguém vangloriando-se de suas incompetências, ou de suas vitórias contra seus adversários de ocasião, mas da auto organização dos trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs, com um programa político próprio, lutando contra o conjunto do regime do golpe e todos os partidos e setores que o sustentam!




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