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AGROTÓXICO | Após a decisão contra a Monsanto por causar câncer, a Comissão Européia autoriza o uso do glifosato

A Comissão Européia confirmou a autorização de herbicidas com glifosato apesar do fracasso do tribunal da Califórnia que ordenou que a Monsanto pague US $ 289 milhões ao jardineiro Dewayne Johnson, que foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin após usar os produtos da empresa.

segunda-feira 13 de agosto de 2018 | Edição do dia

A Comissão Europeia afirmou na segunda-feira que a autorização de herbicidas com glifosato para os próximos cinco anos na União Europeia "baseia-se em evidências científicas" e lembrou que os países são livres para proibir ou não o uso dessa substância.

A decisão do júri californiano que condenou a Monsanto, principal comercializadora do herbicida Roundup, que contém glifosato, a pagar 289 milhões de dólares ao jardineiro Dewayne Johnson por não alertar corretamente sobre o risco para a saúde que pode trazer o uso do produto.

"Não vamos comentar sobre um caso judicial individual nos Estados Unidos", disse Christian Spahr, porta-voz da comunidade na conferência de imprensa da CE, sobre as reações da França, que está comprometida em acabar com o uso do glifosato em três anos, após a decisão do tribunal dos EUA.

"Uma coisa é o debate político e outra nossas ações como instituição, e já agimos em dezembro com nossa recomendação baseada no voto dos estados membros e nossas agências científicas", defendeu a porta-voz da comunidade, Anna-Kaisa Itkonen.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o glifosato é um disruptor endócrino e um "provável" cancerígeno, que é negado pelas autoridades científicas europeias (ECHA e EFSA) e de países como os EUA, o Canadá, a Austrália, Nova Zelândia e Japão.

Em uma votação escandalosa, a CE adotou a renovação em dezembro para os próximos cinco anos, com o apoio de 18 países e apenas duas semanas antes do vencimento de sua autorização, após várias reuniões sem consenso.

A porta-voz acrescentou hoje que, caso as empresas que comercializam a substância desejem manter sua aprovação para além dos próximos cinco anos, terão que iniciar um processo no nível da União Européia. "Então podemos lançar um novo processo baseado em novas evidências científicas", afirmou.

A multinacional, que foi recentemente adquirida pela alemã Bayer, sai em defesa de seus produtos anunciando que vai recorrer do veredicto do tribunal californiano. O diretor de Assuntos Corporativos da empresa para a Espanha e Portugal, Carlos Vicente, disse que "a decisão não muda o fato de mais de 800 estudos e revisões científicas (...) apoiarem que o glifosato não causa câncer e não causou câncer do Sr. Johnson ".

"Recorreremos desta decisão e continuaremos a defender firmemente este produto, que tem um histórico de 40 anos de uso seguro e continua a ser uma ferramenta vital, eficaz e segura para os agricultores e outros usuários", defendeu.




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