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RACISMO | Apoiado pela justiça racista, Sérgio Camargo que nega o racismo no Brasil volta para a presidência da Fundação Palmares 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, após liberação da Justiça, o jornalista Sérgio Camargo deve retornar para a presidência da Fundação Palmares, como já havia deixado claro sua intenção desde o fim do ano passado. "Ele volta para lá", disse Bolsonaro a jornalistas na manhã desta quinta-feira, 13. "Acho que o garoto que foi liberado ontem é uma excelente pessoa", elogiou o presidente.

quinta-feira 13 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Sérgio Camargo foi indicado no rol de mudanças promovidas pelo ex-secretário especial da Cultura Roberto Alvim, recentemente exonerado após fazer referência ao nazismo em vídeo divulgado nas redes sociais. Na época, decisão judicial suspendeu a sua indicação ao cargo por avaliar que a decisão "contraria frontalmente os motivos que levaram à criação do instituto". Na quarta-feira, a decisão foi revista pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça.

Após o anúncio da nomeação de Sérgio Camargo, diversas publicações nas redes sociais levaram a questionamentos sobre sua visão sobre o movimento negro. Ele se manifestou contra, por exemplo, ao Dia da Consciência Negra, que segundo ele, "reforça o vitimismo". E no lugar disto, afirmou que exaltaria a Princesa Isabel, negando toda a história de lutas e insurreições do povo negro que foram decisivas para o fim da escravidão no Brasil. 

Em seu perfil no Facebook, o Camargo também afirmou que o Brasil tem "racismo nutella". "Racismo real existe nos EUA. A negrada (sic) daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", escreveu.

É sem dúvidas, revoltante, que Sérgio Camargo volte a presidência justamente da Fundação Palmares, que recebe justamente o nome de um grande lutador do povo negro, e que é atacado pelo jornalista. Essa é uma das demonstrações da ainda enorme força da herança escravocrata do Brasil, bem como do racismo, uma das faces mais monstruosas do capitalismo, que Bolsonaro quer perpetuar.

O racismo segue fazendo vítimas todos os dias, tirando centenas de vidas pela violência policial e encarcerando milhares de outras. Os negros no Brasil são quem recebem os que sofrem mais com o desemprego, que recebem menores salários e ocupam os postos mais precarizados, como por exemplo, como entregadores em aplicativos como Rappi, Uber e iFood.

A luta contra o racismo é inseparável da luta contra o capitalismo, pois este foi responsável por fundar e até hoje se apoia nessa monstruosidade para garantir seus lucros, para dividir a classe trabalhadora e para que possa atacar ainda mais a nossa classe de conjunto. Os negros serão linha de frente no enfrentamento à Bolsonaro, ao Congresso, aos projetos miseráveis que os capitalistas querem nos impor.




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