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CRISE DA PANDEMIA | “Apagão de vacinas”: insumos atrasam e a cada dia milhares de vidas são perdidas

Lote de insumos esperados para sexta-feira (9) irão atrasar e impossibilitar a produção de pelo menos 5 milhões de vacinas nos próximos dias. Além do atraso da vacinação, a Câmara decide hoje sobre "fura-fila" da vacina por empresas privadas.

quarta-feira 7 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário estadual de Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo Lula, avalia que o Brasil corre o risco de sofrer um apagão de vacinas nas próximas semanas. Entre os motivos para a falta de imunizantes, o presidente do conselho destacou, em entrevista à rádio CBN, a incerteza de chegada das doses prometidas pelo Ministério da Saúde e dificuldade de importação de insumos da China pelo Instituto Butantan.

O Instituto Butantan acendeu um alerta para a possibilidade de falta de insumos para a produção da Coronavac, que pode impossibilitar a fabricação de 5 milhões de doses, metade do previsto para o mês de abril. O lote de insumos era esperado para sexta-feira (9), mas a entrega foi adiada, o que afetará a distribuição de vacinas aos municípios nos próximos dias.

A avaliação foi dada um dia após o Brasil registrar novo recorde de mortes pela doença, com 4.211 registros de vítimas em 24 horas, responsabilidade do negacionismo do governo Bolsonaro e Mourão e do descaso dos governos de cada estado e município.

Além do atraso na vacinação, está em tramitação na Câmara a proposta que autoriza a compra de vacinas pelo setor privado, criando, na prática, uma competição entre o setor público e privado, diminuindo também a velocidade de vacinação dos grupos prioritários como os trabalhadores da saúde e da educação. É a permissão de que empresários e patrões furem a fila da vacinação, que ainda por cima tem a possibilidade das empresas terem isenção no imposto de renda para a compra das vacinas, de forma a jogar a conta novamente nas costas da população.

Como parte do colapso do sistema de saúde, em dez estados do país os estoques de medicamentos para a intubação de pacientes acometidos pela Covid-19 devem acabar em pouco mais de uma semana. Bloqueadores neuromusculares estão em falta em 14 estados e sedativos em falta ou com baixa cobertura em 11 estados, de forma a afetar tanto o sistema de saúde público quanto o privado.

Fonte: Agência Estado/Pedro Caramuru

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