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Anvisa autoriza o uso dos quase 7 milhões de testes que estão para vencer

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) condicionou o uso por mais 4 meses dos quase 7 milhões de testes RT-PCR encalhados num depósito em Guarulhos. Nem 30% dos testes foram utilizados até agora, enquanto o país já atinge a marca de mais de 178 mil mortes pela pandemia.

quinta-feira 10 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: reprodução

A Anvisa condicionou o uso por mais 4 meses dos cerca de 7 milhões de testes RT-PCR encalhados no Ministério da Saúde a uma análise mensal da qualidade do produto. Este aval "excepcional" para consumo do produto será dado para além dos 8 meses de validade original.

Mesmo tendo sido comprados, o governo não os utilizou dentro do prazo de validade devido a política negacionista ou pelo descaso pelas vidas da população. Ao contrário de testes massivos para um controle e plano efetivo e consequente, a população vive a deriva, sem grandes proteções contra a pandemia e ainda sob ataques constantes contra seus direitos.

Veja aqui: Número de testes de covid-19 parados e estragando é maior do que os realizados pelo governo Bolsonaro.

O órgão considerou somente agora o aumento da necessidade de testes pela alta do número de casos de covid-19 no Brasil, que atingiu já o período de segunda onda da pandemia. O número de unidades de encalhadas é superior aos cerca de 6,6 milhões de testes deste tipo feitos no SUS.

Jair Bolsonaro e seu Ministério da Saúde tinham como meta realizar mais de 24 milhões de exames RT-PCR até dezembro, mas não alcançou nem 30% desse montante, por total falta de interesse, pois sua política se alinha aos grandes empresários, não se importando com as centenas de milhares de mortes, das quais são maioria entre os mais pobres e negros.

Pode interessar: Bolsonaro contratou vacinas para apenas 10% da população.

No estoque do ministério, cerca de 2,7 milhões de exames vencem em dezembro e 3,9 milhões, em janeiro. Esses produtos terão validade estendida até abril e maio de 2021, respectivamente. Os Estados também têm centenas de milhares de exames em estoque.

Gestores do SUS, porém, temem que o exame siga ocioso mesmo com a ampliação da validade - e volte a vencer em 4 meses. Isso porque faltam outros insumos para a análise, como reagentes de extração de RNA. O ministério tem reagentes desse tipo suficientes para análise de 400 mil amostras e afirma que comprará produto para mais 8 milhões de extrações no fim desta semana. Repetindo assim o desastre do planejamento do ministério da saúde que nem se quer providenciou a produção e compra de agulhas e seringas para aplicação de vacinas em massa.

No Brasil, a cada minuto, 1 profissional da saúde é contaminado pelo coronavírus e a política de testagem massiva foi negada até agora, tanto pelo negacionismo de Bolsonaro, como também pelos governadores que com discursos demagógicos de gestão mais “racional”, igualmente não forneceram testes massivos para a população.

Bolsonaro, diante da polêmica sobre os quase 7 milhões de testes estragando, publicou em suas redes sociais “Todo material foi enviado para Estados e municípios. Se algum Estado/município não usou, deve explicar seus motivos”, se eximindo da responsabilidade, quando está comprovado que os testes estão parados em um galpão do Ministério da Saúde na cidade de Guarulhos, sem terem sido distribuídos.

É absurdo que sigam destinando milhares de trabalhadores à contaminação e à morte, priorizando os lucros das empresas e equilíbrio da economia em nome das vidas dos mais pobres, trabalhadores e da juventude.

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