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CRISE COMBUSTÍVEIS | Anulação de impostos do Diesel não significa gasolina e gás de cozinha mais baratos

A greve dos transportes chega nesta quinta-feira ao seu quarto dia com a demanda falaciosa de que tem como objetivo reduzir o preço da gasolina e do custo de vida.

quinta-feira 24 de maio de 2018 | Edição do dia

Hoje, José Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), ligada à CNT, afirmou que “as lideranças não acreditam mais nas promessas do governo” e que sua greve só terá fim quando conseguirem aquilo que, não os caminhoneiros, mas os seus patrões e donos das empresas de transporte querem: mexer na tributação do diesel, como forma de subsidiar maiores lucros sem tocar nas condições precárias de trabalho dos caminhoneiros.

Ontem, foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 8456/17, que zerou o PIS/Confins sobre o diesel até o final do ano. É a essa isenção que a liderança dos caminhoneiros se refere. Mas, ao mesmo tempo em que visa, na forma, atender a demanda de uma categoria e, no conteúdo, garantir o lucro dos empresários do transporte, a medida retira o subsídio de outros 28 setores, como uma forma de compensar as perdas da redução do tributo sobre o óleo diesel.

Por essa razão, não se pode acreditar que a paralisação esteja, de fato, preocupada com o aumento dos combustíveis, do gás de cozinha ou mesmo do custo de vida. Pelo contrário, diferentemente do que propagada a mídia burguesa, ao onerar outros setores, a tendência é que o custo de vida, incluindo a gasolina e o gás de cozinha, aumente ainda mais.

Basta estar vivendo para constatar que o combustível está caríssimo, assim como o gás de cozinha, que desde o ano passado acumula aumento atrás de aumento gerando, inclusive, medidas extremas por parte da classe trabalhadora, que ou compra a comida ou o gás. Ninguém vai duvidar também das péssimas condições de trabalho a que são submetidos os caminhoneiros, com jornadas exaustivas e salários baixos.

Por isso mesmo seria apropriado nos perguntarmos, então, por que essas demandas, mais que justas, assim como a diminuição do preço da gasolina e do gás de cozinha não estão sendo pautadas pela Abcam? Por que de tudo o que foi atingido pela mudança na base para o reajuste dos valores do combustível, agora regulados pelas flutuações do mercado, apenas o preço do diesel está sendo alvo de disputas?

Veja também: Não será das mãos de empresários que reduziremos todos os combustíveis, e sim com a estatização da Petrobras sob controle operário

Para responder essas perguntas, é só dar uma olhada em que setores estão por trás das greves que estão paralisando o país: transportadoras, redes de postos de gasolinas, empresas logísticas e o agronegócio. Isso torna evidente que todo esse caos está sendo impulsionado por demandas meramente patronais, de gente interessada apenas em retirar o tributo do diesel e não, como afirmam, em combater a alta dos combustíveis e o aumento do custo de vida, do qual o preço do gás de cozinha é um exemplo extremo. Ou seja: agem em nome do lucro e não em favor das necessidades da população, expropriando uma revolta legítima da classe trabalhadora.

E a tirar pelo encaminhamento dado pelo governo ao problema, a esmagadora maioria da população, que hoje sobre com a crise de abastecimento nos postos, não vai, nem amanhã nem nunca, ser revertido para si o resultado da isenção; vai, isso, sim, sentir pesar ainda mais no seu bolso e no seu lombo a ganância da burguesia nacional e internacional.




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