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PETROBRAS | Amanhã petroleiros da REPAR entram em greve contra descaso da Petrobras na pandemia

Os petroleiros da REPAR, refinaria localizada na região metropolitana de Curitiba, entrarão em greve sanitária amanhã contra o descaso da Petrobras na pandemia.

domingo 11 de abril de 2021 | Edição do dia

Os petroleiros da REPAR entrarão em greve pela imediata suspensão da “parada de manutenção” e outras pautas que se enfrentam com o imenso descaso da empresa gerida por empresários e militares que ocupam o conselho de administração da empresa e que colocam milhares de vida em risco para garantir os lucros dos acionistas e os planos de privatização.

Menos de duas semanas atrás já noticiávamos, com informações do sindicato petroleiro de Paraná e Santa Catarina, como a unidade local já tinha ao menos duas mortes confirmadas por COVID e a Petrobras seguia seu plano de manutenção, colocando vidas em risco e tentando garantir que as unidades postas à venda, como a REPAR, estejam o mais novinhas possível para os compradores – a preço de banana – das instalações da empresa.

As “paradas de manutenção” são eventos que aumentam a concentração de operários nas refinarias, plataformas e terminais em 6 a 8 vezes seu contingente normal. Realizar tamanha concentração de trabalhadores e sem as condições para testagem e isolamento social significa colocar vidas em risco. A mesma pauta já percorreu mobilizações e greves parciais na Bahia, Amazonas e Minas Gerais, tendo conquistado o adiamento da REGAP somente após a greve.

A concentração de trabalhadores para realizar esses eventos de manutenção, na maioria dos casos adiáveis, tem imensa relação com o pico de mortes por Covid acontecidos na REGAP, RLAM, REPAR e em várias plataformas quando entram em parada e assistem seu contingente explodir com os “floteis” que se agregam às unidades em alto mar.

A Petrobras tenta esconder os mortos que a sanha de lucros tem produzido, negando nexo causal que suas unidades tenham um número de contaminados proporcionalmente muito maior à média do país. A Petrobras conta também com a ajuda do judiciário nesse tentativa de esconder o que sua política nefasta está produzindo. Recentemente o SINDIPETRO-MG foi censurado em suas denúncias sobre mortes por COVID, que só em uma unidade ceifou ao menos cinco vidas nas últimas semanas.

A greve no Paraná iniciará no mesmo dia que outro importante sindicato petroleiro, o Norte Fluminense concluirá suas assembleias também tendo como pauta o início de uma “greve sanitária” na Bacia de Campos e instalações terrestres associadas. Os sindicatos do Paraná, Norte Fluminense, Bahia, Minas Gerais e Amazonas, mencionados são todos eles filiados à Federação Única dos Petroleiros e à CUT.

A pauta de greve do Paraná e do Norte Fluminense, e antes disso nas outras unidades mencionadas é nacional e de imediata importância em todas unidades do país, tal como também é nacional e não local a luta contra aa privatização generalizada da Petrobras para implodir a empresa. Essas lutas são conduzidas de forma isolada, uma semana para a RLAM, na outra a SIX, na outra a REPAR, etc, por decisão das direções sindicais que escolhem isolar os trabalhadores em luta em cada lugar. Essa divisão só fortalece as privatizações e permite que mais vidas que poderiam ser salvas sejam perdidas e isso é responsabilidade da FUP, da CUT e do PT que orienta essas direções sindicais. A divisão só favorece Bolsonaro, Guedes e os militares.

É preciso um grande movimento nacional de toda categoria petroleira e que se unifique com o movimento dos transportes e outros setores que se organizam para greve no dia 20/4, a maioria deles dirigidos pela mesmíssima CUT que é majoritária entre petroleiros. A união de uma categoria nacional como petroleiros junto a rodoviários e metroviários de norte a sul do país poderia impor às centrais sindicais, começando pela CUT, que deixe de isolar os movimentos e saia de sua quarentena para garantir uma luta efetiva por medidas sanitárias, contra as privatizações e contra as milhares de demissões que estão acontecendo no país, como vemos em especial em fábricas metalúrgicas que estão fechando em SP e na Bahia, tais como a Ford e a LG. É preciso unir a categoria petroleira e todos trabalhadores que saem à luta.

O Esquerda Diário apoia a luta dos petroleiros do Paraná e de todo país em defesa de suas condições sanitárias e contra as privatizações em todo o sistema Petrobras.

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