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AMEÇAS CONTRA ESCOLA | Alunos se mobilizam em Sorocaba contra ameças de PMs

segunda-feira 21 de setembro de 2015 | 23:44

Alunos do ensino médio da escola estadual Professor Aggêo Pereira do Amaral, em Sorocaba, se mobilizaram na última quinta-feira (17) contra as ameaças de represálias que passaram a sofrer, junto com o corpo docente da escola, desde semana passada quando um trabalho escolar sobre a violência policial foi exposto no mural da escola e ganhou repercussão nas redes sociais.

O caso começou quando um professor de filosofia orientou os alunos do ensino médio em um trabalho baseado no livro "Vigiar e punir", de Michel Foucault, previsto no conteúdo programático para as séries, sobre a violência policial e os últimos casos de execuções e violência policial contra jovens da periferia. Ao ganhar repercussão das redes sociais a PM de Sorocaba enviou a escola 1 tenente e 2 cabos para intimidar e exigir a retirada dos trabalhos do mural da escola. Segundo a direção da escola os trabalhos só serão retirados ao final desta semana, conforme previsto. A direção diz ainda que os cartazes foram distorcidos quando foram amplamente divulgados. Além disso, afirmou que o objetivo da escola não é colocar os alunos contra as forças policiais e por isso convidará a instituição para uma palestra com os alunos da escola.

Com a negativa de retirada dos trabalhos por parte da escola, os alunos e professores denunciam ameças de represálias e que desde então diversas viaturas da ROTA, força especial da PM, passaram a rondar a região da escola.

A PM divulgou uma nota na qual repudia o trabalho feito pelo professor e diz que o trabalho tinha como objetivo propagar o ódio contra a corporação, pois age de forma discriminatória contra os profissionais de segurança. Também em nota a PM pede que a diretoria de ensino da região tome providencias contra o escola e os alunos.

Alunos e pais da escola Aggêo se reuniram nesta última quinta-feira em frente a escola com faixas e cartazes para protestar contra a censura. Uma faixa grande foi pendurada na entrada da escola com os dizeres "liberdade de expressão não é destilar ódio".

A subsede do sindicato dos professores, Apeoesp, de Sorocaba lançou uma campanha com cartaz pelas redes sociais pela liberdade de ensinar e contra a censura aos trabalhos, além de denunciar as ameaças feitas a comunidade escolar depois que o caso estourou na mídia.

A campanha ganhou grande adesão e colocou em pauta a discussão sobre a liberdade dos professores em ensinarem, além de mais uma vez expor a repressão contra os jovens cometida pela policia militar em todo país.




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