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CONTAGEM/MG | Alunos, professores e pais em ato contra o fechamento da E.M Pedro Pacheco

Tassia ArcenioProfessora e assistente social

segunda-feira 5 de outubro de 2015 | 16:20

No último sábado alunos, pais e professores protestaram contra o fechamento da Escola Municipal Pedro Pacheco de Souza e as mudanças que já estão ocorrendo na escola que tem mais de quarenta anos e é a única para alunos do ensino fundamental no bairro Santa Cruz Industrial em Contagem.

Por ordens da prefeitura de Carlin Moura do PCdoB e da secretaria de educação (SEDUC), sem nenhuma consulta aos alunos, professores, pais e comunidade, o Centro de Educação Infantil (CEMEI) Novo Eldorado tem sido transferido para o mesmo prédio da E.M Pedro Pacheco, sem nenhuma estrutura para receber as crianças.

Além disso, para serem transformados em salas para a SEDUC, a comunidade escolar perdeu os espaços adequados sua biblioteca, sala de artes, laboratório de ciências, sala de coordenação pedagógica e até refeitório.

As matrículas para o primeiro ano do I Ciclo também foram encerradas, ainda que pais, alunos e professores digam que há demanda. Já haviam sido encerradas no ano passado as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Na tentativa de desmobilizar a articulação entre estudantes, professores e pais, a prefeitura e a SEDUC suspenderam as aulas de sábado, mesmo sendo dia letivo.

Além desta escola, a prefeitura pretende fechar cinco unidades da Fundação de Ensino de Contagem (FUNEC) que atendem os alunos do ensino médio.

O professor André Marx, de Língua Portuguesa denuncia a transferência da secretaria de educação para à escola e chama todos à mobilização.

As alunas da escola que se colocaram na linha de frente da mobilização falam sobre a precarização da estrutura que a prefeitura e a secretaria de educação querem impor à escola e como pretendem defender a escola e a educação como direito.

Os familiares dos alunos e moradores do bairro formaram um importante bloco na defesa da escola e do futuro da juventude. Uma das mães denuncia as arbitrariedades da prefeitura do PCdoB contra os professores e a comunidade escolar: "Parece que nós estamos voltando na ditadura”.

Marcos, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação participou do ato respondendo o chamado da comunidade escolar e fala sobre a falta de diálogo do governo municipal.

Clarissa Ramos, militante do grupo Pão e Rosas saudou o movimento e denunciou “Enquanto os políticos continuam ganhando milhões e milhões, a gente vê o fechamento de vários Pachecões por todo o país”.

O ato seguiu pelas ruas do bairro Santa Cruz até à avenida João César desmascarando que não é real uma pátria educadora em que o cenário da educação é de sucateamento, precarização e falta de acesso. A manifestação terminou em frente à escola que seguiu fechada por todo o dia, conforme determinação da prefeitura.

O mandato de Carlin Moura do PCdoB já construiu um histórico de desrespeito aos trabalhadores da educação, deixando os profissionais e estudantes sem estrutura adequada de trabalho e de estudo, sem reajuste salarial para os servidores, com grande terceirização dos serviços (e deixando trabalhadores nas ruas, como no caso da Ampla), além do espantoso “caso da merenda”, em que a carne foi cortada do cardápio e em apenas dois dias da semana os alunos tem refeição adequada e balanceada.

Agora, com medidas de fechamento de escolas, segue os passos dos governos tucanos, como o de Alckmin/PSDB em São Paulo, que em nome de uma suposta “reorganização” quer deixar os alunos sem escola ou para que estudem a quilômetros de distância de casa, deixando salas de aulas que restem lotadas, professores demitidos e escolas de portões fechados.

É preciso unificar todos os exemplos de resistência que tem dado a juventude em Contagem e em todos os cantos do país, colocando nas ruas uma grande campanha por uma educação de qualidade em todos os níveis, pública e a serviço de todos.




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