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ESTUDANTES DO RJ | Alunos do C.E. Visconde Cairu em luta: "se os políticos acham que a escola está tão boa, porque não põe os filhos deles aqui?"

A greve dos professores começou oficialmente no dia 2, porém os estudantes da rede estadual de ensino de várias partes do estado do Rio de Janeiro já estavam manifestando em suas escolas e nas ruas da cidade pela defesa da educação pública e em apoio à greve dos professores.

Artur LinsEstudante de História/UFRJ

sexta-feira 4 de março de 2016 | 23:58

Os estudantes da escola Visconde de Cairu são um exemplo dessa disposição de luta. Na semana passada os estudantes dessa escola organizaram de forma independente uma assembleia deliberando o apoio estudantil à greve e um grande abraço nos arredores do colégio.

O Esquerda Diário e a Juventude ÀS Ruas acompanhou e conversou com professores e estudantes durante essa semana sobre a greve e a situação da educação pública na crise atual do estado do Rio.

O nível de politização dos estudantes é impressionante, eles profundamente questionam os gastos do governo nas Olímpiadas e os cortes na educação. Reivindicam conscientemente demandas fundamentais como o aumento do investimento do governo na educaçãopública, segurança na escola, pois os porteiros foram demitidos e sala de aula adequada para os estudantes que sofrem com superlotação, falta de ar-condicionado e material didático insuficiente.

Eles passam na pele o efeito dos ajustes do governador Pezão, como bem colocou o secundarista Juan Luiz Freitas: “faltam recursos para a escola e para os professores, não tem material suficiente. Tem dinheiro pra investir, mas o dinheiro não chega na escola e não tem porteiro, falta funcionários”.

O secundarista Matheus Oliveira também denunciou ao Esquerda Diário sobre as condições da escola: “A situação está muito precária. O aluno não consegue assistir a aula e o s professor não consegue trabalhar na escola. Os funcionários estão sendo mandados embora e as salas são superlotadas. Tem até 58 alunos, no caso da minha turma. Tá uma bagunça. Cortando sempre verba. Não tem segurança, não tem porteiro, não tem nada. A gente tem que pagar pra fazer prova. Temos que pagar pela xerox da nossa prova quando estamos em escola publica, não deveríamos pagar. As vezes são os próprios professores que pagam pelos materiais, que também não está certo. A situação está uma calamidade.”

Em tom de questionamento às Olímpiadas e em relação à crise do estado, a estudante Maria Luiza é bem clara: “Eles gastam tanto dinheiro com olimpíadas e não tem dinheiro pra ajudar uma escola. E se os políticos acham que a escola está tão boa, porque não põe os filhos deles aqui no Cairu? Tudo está uma vergonha- os hospitais, as ruas. E eles ainda querem gastar dinheiro com olimpíada?”

Nessa quarta (02), estudantes do Visconde de Cairu fizeram uma manifestação nas ruas do Méier pela manhã com o objetivo de chamar estudantes dasoutras escolas do bairro para se unificarem na luta pela educação pública e em apoio à greve dos professores. Depois do ato os estudantes voltaram à escola para realizar um grande abraço em volta do colégio. Cantavam palavras de ordem como “o professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo!”e “Tire seu Pezão da minha educação!”, evidenciando que os estudantes sabem muito bem com quem estão enfrentando.
Depois do protesto na escola os estudantes foram ao centro da cidade para se unificarem ao ato dos professores e servidores públicos em frente à ALERJ na parte da tarde.

Confira também a entrevista que fizemos com o estudante Juan sobre questão negra e educação pública.

https://www.facebook.com/JuventudeAsRuas/videos/vb.398260290250524/985743778168836/?type=2&theater




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