segunda-feira 30 de março de 2015 | 00:01
Nesta sexta feira (27), no campus da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na Região Central de Minas Gerais, cerca de 150 alunos realizaram um protesto denominado “Bichaço”, uma manifestação contra a homofobia presente nas repúblicas da cidade. Motivado por um texto escrito pelo estudante de engenharia metalúrgica, Cláudio Porto Ribeiro, de 22 anos, que teria sido barrado em oito repúblicas federais e particulares por ser homossexual.
No depoimento escrito pelo aluno, ele relata que apesar da felicidade por ter sido “aprovado para uma das faculdades mais conceituadas do país para um curso ótimo”, deparou-se com uma triste realidade ainda muito presente na sociedade: a homofobia. Todos os convites para morar em repúblicas rapidamente acabaram quando assumiu sua orientação sexual. Além disso, o estudante de engenharia relata as dificuldades para assumir sua sexualidade em uma cidade do interior, “Infelizmente, em Ouro Preto, estar fora do armário não é algo visto como corajoso, sincero ou sensato”.
Após não ter onde morar, Cláudio decidiu montar uma república com amigos que já conhecia. Mesmo assim o estudante resolveu falar sobre o assunto e publicizar o depoimento do que passou, pois ainda tem muitos estudantes que sofrem com o preconceito e a homofobia, não conseguindo vagas nas repúblicas e não recebendo auxílios da universidade. O texto ganhou repercussão nas redes sociais e motivou o ato.
A UFOP informou que oferece a alunos de baixa renda 96 vagas em apartamentos para quatro pessoas, 64 quartos individuais com banheiros, além de bolsas para os interessados em morar nas repúblicas particulares. Um número muito baixo que não consegue atender toda a demanda.
Manifestações como essa são um primeiro passo pra desnaturalização da homofobia e de qualquer tipo de preconceito sexual que infelizmente ainda são uma dura realidade na vida das pessoas. A homofobia, o racismo e o preconceito são bases de sustentação desse regime de exploração e atos como o ocorrido na UFOP contribuem para o combate desses preconceitos criados para dividir a classe trabalhadora e a juventude.
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